AH - LUSA
Pequim, 18 dez (Lusa) - A povoação rebelde de Wukan, no Sul da china, que expulsou as autoridades locais depois de terem expropriado as terras de cultivo, pediu hoje eleições democráticas e a devolução do cadáver do seu líder, Xue Jinbo, morto sob custódia policial.
Mais de 6.000 residentes, de uma população de 20.000 habitantes, reclamaram eleições democráticas e uma compensação pelas terras expropriadas, segundo os jornalistas destacados na localidade da província de Cantão.
Os manifestantes também pedem que lhes seja entregue o corpo de Xue Jimbo, 42 anos, que, segundo as autoridades, morreu de ataque cardíaco na semana passada.
Os familiares que puderam ver o corpo de Xue asseguram que estava coberto de feridas e hematomas, assim como sangue no nariz, vários dedos partidos e com sinais de agressões nas rótulas e nos pés, noticiou hoje o diário "South China Morning Post".
Apesar da censura, a informação sobre a inusual rebelião de Wukan corre como pólvora na Internet, por ser a mais prolonga e numerosa de que há memória na história recente da China, com mais de 8.000 manifestantes durante vários dias, num protesto que se iniciou há três meses e sobre o qual o Governo perdeu o controlo.
O diário local "Nanfang" informa que três "ciberdissidentes" foram detidos na capital provincial, Guangzhou, quando se preparavam para iniciar um protesto a favor dos habitantes de Wukan.
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