DIÁRIO DE NOTÍCIAS
O Presidente de Cabo Verde considerou hoje a morte de Cesária Évora uma "grande perda" para todos os cabo-verdianos, afirmando que se calou uma voz que representava "um pouco a noção de ser cabo-verdiano".
Reagindo logo após ter recebido a notícia, interrompendo mesmo o almoço num restaurante da Cidade da Praia, Jorge Carlos Fonseca afirmou que com a morte da "Diva dos Pés Descalços", falecida aos 70 anos no Mindelo, desaparece uma das maiores figuras da cultura cabo-verdiana.
"O sentimento que me invade é de profunda tristeza e de grande desolação, porque com o desaparecimento físico de Cesária Évora desaparece uma das maiores figuras da cultura cabo-verdiana, particularmente da nossa música. Diria mais, que Cesária Évora representa um pouco a noção de ser cabo-verdiano", defendeu.
Segundo o Presidente cabo-verdiano, Cesária Évora constituía uma "referência incontornável" da Nação cabo-verdiana.
"Quando pensamos em Cabo Verde seguramente pensamos em Cesária Évora. E quando as pessoas ouvem Cesária, a referência é Cabo Verde, o que dizer que é uma das grandes figuras da Nação cabo-verdiana. O falecimento representará para todos os cabo-verdianos uma grande perda e os cabo-verdianos estarão atravessados por um profundo sentimento de pesar e de tristeza", avançou.
Recordando que esteve com Cesária Évora, há pouco tempo "por ocasião do aniversário dela" (27 de Agosto), Jorge Carlos Fonseca afirmou que a notícia da morte surgiu de forma inesperada, já que havia ainda a esperança de uma recuperação da cantora, apesar dos graves problemas de saúde que enfrentava.
"Conhecíamos o estado de saúde dela, mas confiamos sempre na recuperação das pessoas. Parecia-nos uma questão conjuntural e que se recomporia rapidamente. Infelizmente, as coisas aconteceram e, neste momento, temos o conforto de ficar com a imagem, com a figura, com a música. A voz, essa, que é imperecível", lamentou.
Jorge Carlos Fonseca frisou ainda que a melhor homenagem que os cabo-verdianos podem fazer a "Cize", como também é conhecida, é "recordar a figura" e "enaltecer" o papel" que teve e, sobretudo, ter permanente o registo da "grande voz".
Jorge Carlos Fonseca garantiu que "se não houver nenhum condicionalismo" vai fazer tudo para estar presente nas cerimónias fúnebres de Cesária Évora.
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