terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Professores: Declaração de repúdio pelas declarações de Pedro Passos Coelho





O Grupo de Protesto de Professores contratados e desempregados acaba de lançar a seguinte declaração de repúdio sobre as declarações últimas de Pedro Passos Coelho:

Caro/a amigo/a

“Estamos com uma demografia decrescente, como todos sabem, e portanto nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que, das duas uma: ou consegue nessa área fazer formação e estar disponível para outras áreas ou, querendo manter-se sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado da língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa”. - Pedro Passos Coelho, 18.12.2011

O primeiro-ministro aconselhou os professores desempregados a emigrar. Somos cidadãs e cidadãos portugueses. Entre nós estão professores, alunos, encarregados de educação. E não só. Exigimos respeito.

Ao contrário do que afirma Passos Coelho, o despedimento de professores não é resultado da demografia. É uma opção política. A escola pública tem hoje um corpo docente aquém do necessário e turmas sobrelotadas. Os professores desempregados fazem falta ao sistema de ensino.

As declarações do primeiro-ministro demonstram que dias piores esperam a escola pública. Toda a demagogia vale para mascarar uma política irresponsável. Passos Coelho está disposto a desperdiçar todo o investimento feito, ao longo de anos, pela sociedade portuguesa na formação de professores.

Ridicularizando os tiques do poder autoritário, Bertold Brecht perguntou um dia: “Não seria mais fácil o governo dissolver o povo e eleger um outro?”. Hoje, a retórica da austeridade fala a sério: o governo quer expulsar os que considera a mais.

Os interessados em formalizar o repúdio daquilo que é repulsivo façam o favor de seguir esta ligação. Os que defendem o esvaziamento físico e intelectual do país não se incomodem.

*Ver em Aventar Valise à Néoprène…

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