CORREIO DO BRASIL, com Vermelho- de Lisboa
O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, declarou nesta quinta que as forças especiais norte-americanas tiveram participação na morte do presidente líbio Muamar Gaddafi, que foi assassinado depois de ter sido capturado pelos golpistas opositores.
–Drones (modelo de avião teleguiado), principalmente norte-americanos, atacaram o comboio de Gaddafi– declarou o premiê em entrevista transmitida ao vivo pela televisão russa. “Depois, com seus rádios, por meio das forças especiais que não deviam estar ali, chamaram a pseudo oposição e os combatentes que o eliminaram sem julgamento e sem investigação”, completou.
Putin acrescentou que graças a essa ajuda ocidental, “eliminaram Gaddafi sem julgamento e sem investigação”.
A Rússia havia criticado com veemência as operações militares que a Otan realizou na Líbia e as definiu como uma “cruzada”. Na visão do país, os ataques aéreos não tinham respaldo na resolução da ONU, que apenas mencionava a necessidade de respeitar uma zona de exclusão aérea e ainda proibia a presença de tropas estrangeiras em solo líbio.
Pouco após a morte de Gaddafi, o chanceler russo, Serguei Lavrov, já havia questionado a legalidade do ataque aéreo ao comboio onde o ex-dirigente líbio era transportado, que terminou na captura e morte do ditador. A Otan afirmou, na ocasião, que não sabia que ele se encontrava no comboio atacado.
Em resposta às críticas pela falta de liberdade na Rússia, o premiê questionou o caráter democrático dos princípios promulgados pelo Ocidente.
–A todo o mundo mostraram imagens de seu assassinato, dele todo ensanguentado. Isso é democracia?”, declarou Putin, que defendeu que o povo líbio deveria ter tido a oportunidade de decidir sobre o destino de seu ex-líder por via democrática.
Putin disse que as imagens da morte do presidente líbio lhe causaram “repugnância” e criticou os meios de comunicação ocidentais por falta de moralidade.
A Rússia defende que Gaddafi deveria ter sido preso e que sua morte nas mãos dos golpistas líbios é uma violação do direito internacional.
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