segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

QUE MERDA DE PAÍS É ESTE?




A almofada da desculpa é o ‘memorando da troika’, negociado e firmado pelo governo de Sócrates e ainda ratificado – e zelosamente excedido – pelo duo PSD+CDS, detentores do poder que nos (des)governa.

Almofada, do ponto de vista etimológico, é uma palavra de origem árabe. Nós, portugueses, e fiéis às origens do ‘al-gharb’, conservámos o vocábulo. Usamos a definição linguística e naturalmente do objecto de repouso sobre o qual descansamos e dormimos. Com menor ou menor comodidade. Tudo depende do recheio. Suma-a-uma, espuma ou outros materiais sintéticos que nos amparam ou massacram o atlas, sim o atlas, ligado ao osso hioide – fonte de inspiração, quem sabe, do conhecido “Hirudoid’.

Todavia, passou a haver outro conceito aplicado a almofada; o conceito político-financeiro, ora usado por Seguro – há almofada – ora recusado por Passos e Coelho – não há almofada.

Mais do que a oposição reclama, o importante é que o governo diz:

Não há folgas, nem almofadas para acomodar, deduzo eu e milhões de outros cidadãos, a anulação do corte, mesmo parcial, dos subsídios de Natal e de férias nos rendimentos de funcionários e reformados da função pública, bem como de pensionistas privados em 2012 e 2013.

Hoje, acabei de saber pela SIC Notícias e Jornal “i”, o presidente da TAP, Fernando Pinto, afirmou que está a negociar com o governo uma excepção ao corte de subsídios naquela companhia que, como é sabido, é detida por capitais públicos.

Perante este mau exemplo, a que se adicionam outros do Banco Portugal (cujos funcionários se julgam acima dos direitos e deveres de outros cidadãos) e do INE, pergunto aos Senhor Presidente da República e aos Senhores Juízes do Tribunal Constitucional:

Que merda de País é este em que, sob retóricas e artifícios legais, há colonizadores e colonizados?

Politicamente incorrecto? Admito que sim. Mas a afronta, através da desigualdade no tratamento da política de iniquidade e menorização de rendimentos ditada pelo governo, é demasiado ofensiva e discriminatória para que os Senhores PR e ditos Juízes a validem. Virada do avesso, a questão é: ‘Ou há moral ou comem todos!”.

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