quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

QUERES DIÁLOGO? ORA TOMA




MANUEL ANTÓNIO PINA - JORNAL DE NOTÍCIAS, opinião

Primeiro foram os sindicatos a anunciar que não subscreverão "qualquer acordo tripartido" em sede de concertação social, pois, diz a UGT, "há limites para aquilo que é possível aceitar", referindo-se a questões como o regime de férias, pontes e feriados e a meia hora de trabalho forçado diário.

Agora foi o próprio presidente da CIP a condenar a recusa do Governo em ouvir os parceiros sociais sobre a celerada meia hora e a afirmar que a atitude do Governo "vem prejudicar o diálogo social".

Parece que os patrões consideram que o Governo foi expedito demais na defesa dos seus, do patronato, interesses. Prefeririam que a coisa não fosse feita à bruta, mas com "diálogo". Não terão, por isso, gostado de ver o ministro Álvaro, espécie de escuteiro neoliberal desejoso de mostrar serviço, a forçar a velhinha a atravessar a rua pelo meio do trânsito quando a velhinha queria seguir paulatinamente pelo passeio.

Aparentemente o Governo estará convencido de que as polícias de Miguel Macedo já se encontram em estado q.b. de prontidão (comprova-o o modo como a PSP resolveu - depois de, tudo o indica, os ter criado - os "problemas" da manifestação de 24 de Novembro) para que os debates da concertação social fiquem sob tutela do MAI e se transformem em de-bates e correrias desordenadas. E para que os habituais encontros na sede do Conselho Económico e Social passem a realizar-se na rua sob a forma de recontros.


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