DESTAK - LUSA
O ex director-geral do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss Kahn, voltou hoje à vida pública num evento em Pequim, onde deixou críticas ao presidente francês e à chanceler alemã, e compara o euro a uma jangada prestes a afundar-se.
Num fórum económico em Pequim, onde discursou durante 45 minutos a convite de um dos gigantes da internet na China, a NetEase, Strauss-Kahn - que deixou a liderança do FMI após acusações de agressão sexual a uma empregada do Hotel Sofitel em Nova Iorque e de ter estado inclusivamente em prisão preventiva -, brindou os jornalistas presentes - que o interpelaram várias vezes com perguntas sobre os processos que ainda decorrem – com um “sem comentários”, de acordo com o jornal francês Le Monde.
Sobre a situação atual na zona euro, o ex diretor-geral do FMI foi mais expansivo, criticando a forma como a situação tem sido gerida e comparando mesmo o euro a uma jangada prestes a afundar-se.
“Com a recente tempestade, a jangada parece não ter sido suficientemente reforçada”, afirmou, falando sobre a zona euro, acrescentando ainda que “o facto de o euro estar no meio de um rio e a união orçamental não estar construída deixa-o muito, muito vulnerável, e a jangada poderá estar prestes a afundar-se”.
Sobre Nicolas Sarkozy e Angela Merkel, que assumiram a liderança das mudanças para resolver a crise na zona euro, Strauss-Kahn diz que não está convencido que os líderes “se entendam” e aponta este como um dos obstáculos ao avanço do sistema europeu.
“Vemos os países europeus passarem de um plano (de salvação) para outro, de uma cimeira decisiva para outra, sem admitir perdas, sem permitir uma retoma do crescimento e sem conseguir restaurar a confiança”, afirmou.
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