segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Timor-Leste proporciona novas oportunidades de exportação e investimento



VIDA ECONÓMICA

"Timor-Leste deve ser o trampolim de acesso das empresas portuguesas à Ásia" - afirmou, esta semana, João Mendes Gonçalves, ministro da Economia e Desenvolvimento de Timor, na APM - Associação Portuguesa de Management.

A situação privilegiada de Timor-Leste entre o Oceano Índico e o Oceano Pacífico e a proximidade de grandes mercados, como a China, Índia e Indonésia, acentuam o potencial de desenvolvimento industrial "Timor-Leste pode tornar-se um novo centro de indústrias transformadoras" - garante João Mendes Gonçalves. As necessidades do mercado interno de 1,2 milhões de habitantes criam oportunidades imediatas de exportação para os produtos portugueses. Como exemplo, o ministro da Economia de Timor aponta o volume de compras de 113 milhões de dólares em produtos diversos efetuado pela empresa americana que faz a extração de petróleo na exploração existente. A petroquímica, o agroalimentar, construção civil e infraestruturas rodoviárias, portuárias e aeroportuárias são exemplos de áreas de atividade com forte investimento para os próximos anos.

Entre os setores atrativos a desenvolver em Timor-Leste, João Mendes Gonçalves destaca a agricultura e produtos alimentares, rochas ornamentais e madeiras, já que o país dispõe de grandes recursos de madeiras preciosas. As carências no setor alimentar abrem boas perspetivas para as empresas portuguesas que procuram mercados em grande crescimento.

"Timor-Leste ainda não tem um matadouro para animais, não tem aviários para produção de frangos, não tem produção e distribuição organizada de frutas e vegetais, nem tem um centro de processamento de peixe" - refere João Mendes Gonçalves.

Timor-Leste está a investir na produção de energia elétrica, com o objetivo de assegurar o abastecimento de energia a 80% do território. Para as zonas mais distantes, está prevista a instalação de unidades de produção de energia solar, eólica e mini--hídricas.

Além da produção de energia elétrica, o governo timorense está a dar prioridade à construção de uma circunvalação rodoviária do país, ao investimento num novo porto de mar e à ampliação do aeroporto de Dili. Entretanto, já teve início a construção de uma nova base logística.

Entre os grandes investimentos, destaca-se também a construção de uma fábrica de liquefação de gás. A petroquímica é uma das principais áreas em crescimento da economia de Timor-Leste, já que dispõe de petróleo e de gás.

"Timor-Leste é um país rico com gente pobre" - disse João Mendes Gonçalves aos associados da APM.

Associados da APM interessados em Timor

O mercado timorense é atrativo para as PME portuguesas. Os associados da Associação Portuguesa de Management manifestaram ao ministro João Mendes Gonçalves o desejo de aumentar a sua presença na região.

António Couto, cônsul de Timor-Leste, referiu que a Ensul-Meci, empresa que dirige, já está presente em Timor há 11 anos, estando satisfeita com o trabalho desenvolvido e com as perspetivas que o mercado timorense oferece.

No setor das madeiras e mobiliário, Joana Tinoco, administradora da Fertini, afirmou que Timor-Leste tem madeiras que a empresa incorpora nos seus móveis, exportando 95% da produção. Entre os seus clientes incluem-se a cadeia hoteleira Ritz-Carlton e a Sana Hotéis.

Martins de Sousa, administrador da TV TEL, manifestou interesse em visitar Timor-Leste e avaliar as oportunidades de exportação e investimento.

Por seu turno, Augusto Andrade, da Solverde, referiu que a empresa está vocacionada para a exploração do jogo e para o turismo no mercado nacional, mas pode vir a alargar a outros mercados com potencial de crescimento.

O mercado timorense pode ser atrativo na área da sinalética e do mobiliário urbano, as duas áreas de atividade da APB, que, conforme referiu António Bernardo, já está presente em alguns PALOP e no Brasil com os seus produtos e serviços.

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