sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Vitalino Canas, do PS, diz que se impõe fiscalização da constitucionalidade do OE2012




Vitalino Canas considera que se impõe uma fiscalização sucessiva da constitucionalidade do Orçamento do Estado para 2012, que foi promulgado e publicado esta sexta-feira.

O PS reagiu «sem surpresa» à promulgação pelo Presidente da República do Orçamento do Estado e das Grandes Opções do Plano para 2012, disse à Lusa fonte oficial do grupo parlamentar, sem acrescentar mais pormenores.

Mas o deputado socialista Vitalino Canas, que falou em nome pessoal, defendeu a fiscalização sucessiva de algumas normas do documento, em concreto as relacionadas com os sacrifícios que em 2012 vão ser pedidos aos portugueses.

São «questões que têm que ver com a distribuição dos sacrifícios e com a eventual violação do princípio da igualdade e do princípio da confiança», como é o caso da «supressão dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos e pensionistas», disse.

Por considerar esta questão «muito importante», o socialista entende que deve merecer uma análise à luz da Constituição portuguesa, bem como uma avaliação sobre se «existirão limites à distribuição não equitativa de sacrifícios».

«Não estou a pôr em causa a necessidade de consolidação orçamental e a necessidade de haver alguns sacrifícios e alguma austeridade», mas a possibilidade desses sacrifícios não serem distribuídos com igualdade, vincou.

Vitalino lembrou que está a usar um poder individual como deputado ao sugerir este procedimento, sublinhando que nem sabe bem de que forma é que a ideia será recebida na bancada socialista.

Esse pedido de fiscalização sucessiva só poderá ser feito por «um conjunto alargado de deputados», lembrou, recordando que ele e Alberto Costa apresentaram uma declaração de voto em que expunham alguns dos argumentos que, na sua opinião, sustentam esse pedido ao Tribunal Constitucional.

«Parece-me que todos nós beneficiaríamos da haver uma pronúncia independente de um órgão jurisdicional como o Tribunal Constitucional sobre esta questão muito importante para o futuro», rematou.

Vitalino Canas espera agora para conhecer a opinião dos restantes deputados, garantindo desde já que não há aqui nenhuma incoerência pelo facto dos socialistas terem viabilizado o Orçamento de Estado. Argumentou que o "sim" que deram foi genérico e manifestando desde logo muitas dúvidas em matérias como o corte dos subsídios.

A TSF procura reacções de outros partidos a esta promulgação, sendo que o PCP disse que por enquanto não vai reagir. A TSF ainda não obteve uma resposta do BE.

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