domingo, 29 de janeiro de 2012

Brasil - Pinheirinho: O PAPEL DO JORNALISMO INDEPENDENTE





Investigação do Coletivo de Comunicadores Populares revela o que a mídia tradicional não ousa perguntar e abre espaço para apuração que pode ser devastadora

Está circulando nas redes sociais um vídeo imprescindível. Chama-se: Massacre do Pinheirinho: a verdade não mora ao lado. Acaba de ser produzido, por uma equipe que conhece o poder do jornalismo de profundidade e o pratica, mesmo tendo em mãos meios tecnológicos precários. Seus autores — Cristina Bescow, Yan Caramel, Gabriel de Bacelos e Jefferson Vasques — articulam-se no Coletivo de Comunicadores Populares e na Camará Comunicação Popular (Camaracom).

Reproduzido acima, o documentário expõe com clareza aspectos da operação policial que toda a mídia comercial poderia ter levantado, mas não o fez — possivelmente devido a seus compromissos ideológicos e partidários já conhecidos. Alguns destes aspectos poderão estimular investigações específicas. Está se abrindo espaço para livros importantes e de enorme repercussão, que exploram, como Privataria Tucana, os grandes temas mantidos na zona do “ponto cego” da mídia tradicional. Eis algumas das pistas abertas por A verdade não mora ao lado:

> O “proprietário” do terreno em que viviam e produziam cerca de dez mil pessoas é, mesmo, Naji Nahas, o megaespeculador que violou, além das leis, os próprios códigos de conduta da oligarquia financeira. Foi condenado à prisão pela Justiça brasileira no final dos anos 1990. Fugiu do país. Regressou graças a manobras judiciárias. É apresentado, no documentário, como alguém que contribui frequentemente com as campanhas eleitorais do PSDB.

Aqui, A verdade mora ao lado executa de forma brilhante um papel que os jornais tradicionais abandonaram: ir, num conflito social, além do óbvio e da superfície. Investigar os personagens, seus interesses. Evitar que a “defesa da ordem jurídica” seja apenas o escudo usado pelos poderosos para conservar seus privilégios. Lembrar que, embora reconheça o direito à propriedade, a Constituição o condiciona ao cumprimento de uma “função social” (artigo 5º, inciso XXIII). Logo na abertura, por exemplo, o documentário revela que o Pinheirinho era, até 2004, uma área abandonada. As imagens de mães, casas, crianças e bebês são um testemunho da humanização que o Estado e seu braço armado destroçaram.

> Chamava-se Selecta a empresa que, controlada por Nahas, possui direitos de “propriedade” sobre o Pinheirinho. Hoje é representada por uma “massa falida”. Tem dívida de 10 milhões de reais com a prefeitura de São José dos Campos, por sonegação de impostos. Diversos dispositivos do Estatuto das Cidades permitiriam desapropriar a área sem nenhuma dificuldade jurídica ou política, garantindo o cumprimento da função social. Mas, aparentemente, o prefeito Eduardo Cury (PSDB) não se serve da condição de credor para garantir o direito à moradia e sim para atingi-lo. Segundo A verdade não mora ao lado, Cury agiu, enquanto autoridade do município e, portanto, credor, para frustrar o acordo, já quase fechado, que permitiria ao governo federal urbanizar o Pinheirinho.

> Seus motivos são um dos aspectos que merecem, no caso, investigação jornalística. As pistas estão no próprio documentário. “Tirou nós de lá para botar os bonitão, os grandão”, diz uma moradora, entrevistada pelos documentaristas. Não seria difícil apurar que empresas do setor imobiliário têm projetos para a área do Pinheirinho; quais seus vínculos com o prefeito, o governador e suas campanhas. Mas aposte: a mídia tradicional não o fará; é trabalho para alguém com a mesma garra e valores dos que fizeram A verdade mora ao lado.

> Outra vítima da desocupação revela o preconceito implícito nas atitudes do prefeito e do governo do Estado. “Ofereceram passagem para o Norte. Mas eu não tenho nada no Norte. Fiz minha vida aqui, meus filhos são todos paulistas”. Uma das grandes qualidades do documentário é expor sem arengas, por meio das próprias imagens, a miséria da política institucional. Numa solenidade, o governador Alckmin enaltece a condição de “polo tecnológico” de São José. Um corte remete para as ruas enlameadas do Pinheirinho sob nuvens gás lacrimogênio. Adiante, Alckmin alude à importância de “um teto seguro”, mas o que se vê na tela é um morador ferido pela polícia, por defender sua casa…

> A verdade mora ao lado não entra explicitamente no debate sobre a possível ocorrência de mortes, durante a desocupação. O clima de violência permanente e selvagem que marcou a ação aparece quando um policial saca uma pistola prateada e a aponta para a multidão, recuando no último momento; quando as imagens demonstram que até mesmo deputados foram impedidos de entrar na área; quando os ocupantes de uma viatura constrangem-se diante do repórter, que lhes indaga por que não portam identificação.

Na luta para democratizar as comunicações, foi importante, durante algum tempo, denunciar a baixíssima qualidade da mídia convencional (o “PIG”, Partido da Imprensa Golpista, na expressão do sempre criativo Paulo Henrique Amorim) e seus laços com o poder oligárquico e financeiro. A verdade mora ao lado mostra que talvez esteja na hora de passar desta fase. Há espaço para, mesmo com poucos recursos, resgatar o jornalismo — que a mídia convencional abandonou. Que este excelente documentário abra caminhos…

Leia mais:

2 comentários:

Anónimo disse...

Travesti constrange menina de 10 anos em banheiro feminino de pizzaria

Imagine a senhora, mãe de uma menina de 10 anos, que numa ida ao banheiro feminino de um estabelecimento se depara com um homem de idade avançada trajando roupas femininas. Isso, obviamente, nos causa espécie, para dizer o mínimo do que se sabe. Não se sabe precisamente se no momento em que foi flagrado pela pequenina, o marmanjo estava com o bilau pra fora mijando, o quem sem nenhuma dúvida seria não somente chocante, como também obsceno.

Qualquer pessoa com o mínimo de bom senso, daquele tipo que não come cocô no café da manhã, certamente concordará com esta exposição, pois reflete a moralidade do homem médio.

Essa cena lamentável, que parece coisa de cinema, infelizmente teve lugar aqui mesmo no Brasil. Mais precisamente numa pizzaria de Nova Sodoma.

Obviamente, a mãe, testemunhando o abalo psicológico sofrido pela criança, tinha o dever moral de agir, de tomar as mínimas providências. E foi exatamente o que essa mãe fez: agiu, reclamando com o dono da pizzaria acerca do funesto acontecimento. Este, por sua vez, não hesitou em reclamar polidamente com o marmanjo para que tal fato não viesse a se repetir.

Mas o pior estava por vir, e veio.

O pior de tudo é que o sujeito ainda se julgava dono de suas razões, e teve a caríssima-de-pau de denunciar o estabelecimento pelo ilícito administrativo de "homofobia" na Secretaria da Justiça do Estado, que por sua vez deu razão ao cidadão, e quer agora ingressar na Justiça queixando-se de "preconceito".

Segundo as declarações facciosas da coordenadora estadual de políticas para a diversidade sexual, a pizzaria feriu a lei estadual 10.948/2001, pra quem não sabe aprovada na gestão do "direitista" Alckmin, do PSDB, sobre discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero.

Os militantes homossexuais são assim. Julgam que os homossexuais, em quais sejam as circunstânicas, são sempre vítimas: perseguidos, humilhados e constrangidos. Eles nunca perseguem, nunca humilham, nunca constrangem. São moralmente imunes e verdadeiras vítimas injustiçadas. Vítimas até mesmo de uma inocente menininha de 10 anos, que queria ir no banheiro, mas acabou constrangendo (pasmem!) um marmanjo com roupas de mulher no banheiro feminino e - quem sabe? - com o bilau pra fora mijando.

O radicalismo xiita dos militantes homossexuais é tamanho que, ao invés de reconhecerem o abalo psicológico causado à pequenina, se julgam as legítimas vítimas de constrangimento.

Constitui princípio basilar do direito que "a ninguém é dado beneficiar-se de sua própria torpeza". Esta simples lição de direito deveria valer para que o sujeito pensasse duas ou três vezes antes de buscar seus direitos na justiça, mas será que o Judiciário de Nova Sodoma terá a dignidade de dar uma interpretação menos sórdida que a tal coordenadora deu à não menos sórdida lei estadual?

O sujeito alegou ter "dupla cidadania" e por isso se arrogaria na condição de consolidar este direito em banheiros dos dois sexos, não obstante a usurpação do direito dos outros clientes.

É assim que os militantes homossexuais comportam-se. Eles reclamam tolerância para si, mas são intolerantes com os direitos de outrem. Eles desconhecem aquela outra máxima primária de que "o meu direito termina onde começa o do outro". Para eles, todas as questões são uma questão de tudo ou nada. Não há negociação. Eles não sabem se colocar em seus devidos lugares. Ou nós os aceitamos, ou nós morremos. É assim que eles pensam. Padecem de dissonância cogntiva. Como dissertei alhures, a respeito da dissonância cognitiva homossexual:

"o ativista gay, que é um verdadeiro complexado e sociopata, consciente de seus erros e marcado pelo egocentrismo, luta para forjar o mundo às suas feições e adaptá-lo às suas taras sexuais, adotando a alternativa número “2”."

Anónimo disse...

om efeito, o ativista homossexual quer curvar o mundo aos seus pés, buscando ações imperiais a fim de ser aceito, ao invés de simplesmente se conformar com a realidade, adaptando-se ao mundo em que vive. Isso ele não admite. Ele é sempre um revolucionário. Não tolera que as pessoas ao seu redor não aceitem seus costumes por uma mera questão de moralidade. Por isso sempre estará movendo guerra contra a sociedade para que esta aceite na marra as suas manhas imperiais.

Em suma, o militante homossexual quer dobrar todo mundo: a meninha de 10 anos, a mãe, o dono do estabelecimento, o Judiciário, a sociedade e a moralidade do brasileiro. Todos estão errados e só ele está certo. Ele e os esquerdistas que o apóiam. Enfim, move-se uma verdadeira guerra porque um sujeito inconformado com a sua realidade biológica quer culpar os outros pela sua desgraça pessoal. O pior é que ele acaba até convencendo quem está certo, pois o dono da pizzaria já se arrependeu de ter coagido o cliente a usar o banheiro correspondente à sua realidade biológica.

Oh, Deus! Onde esse nosso mundo vai parar?

Roberto Cavalcanti

Mais lidas da semana