CLI – JSD – Lusa, com foto
Cidade da Praia, 13 jan (Lusa) - O primeiro-ministro cabo-verdiano disse hoje que Cabo Verde orgulha-se de ser a 26.ª democracia do mundo e que o "13 de janeiro" (de 1991) é um dos momentos "mais edificantes" da história do país, marcando a transição democrática.
José Maria Neves falava numa palestra promovida pelo Governo, destinada a assinalar a efeméride, que marca a realização das primeiras eleições livres pluralistas do país. Desde então que o "13 de janeiro" é celebrado com feriado e que está institucionalizado como Dia da Liberdade e da Democracia.
Lembrando que foi Aristides Pereira - Presidente de Cabo Verde no regime de partido único (1975/91), falecido em setembro de 2011 - quem escolheu a data das eleições de há 21 anos, José Maria Neves falou sobre a "partidarização" dos feriados nacionais, defendendo que a efeméride não deve ser "açambarcada nem manipulada" pelos partidos políticos.
"O grande vencedor destas primeiras eleições foi o povo cabo-verdiano, que realizou a primeira grande prova de rigor e vigor democrático. O Movimento para a Democracia (MpD), hoje na oposição, teve 62,5 por cento de votos, que garantiu 56 dos 79 assentos no Parlamento, enquanto o PAICV obteve 23 lugares", lembrou.
José Maria Neves frisou que a efeméride enquadra-se no leque das datas maiores do arquipélago, como o "matricial 05 de Julho (de 1975, dia da independência) e o nacional 20 de Janeiro" (de 1973, dia em que, em Conacri, foi assassinado Amílcar Cabral, fundador do Partido Africano da Guiné e Cabo Verde - PAICV).
"O "13 de janeiro" foi concebido em nome da liberdade e da cidadania, mas também em nome de uma sociedade mais justa, solidária e próspera", sublinhou, homenageando dirigentes, militantes e os cidadãos associados em partidos políticos pelo seu "relevante papel" no processo de afirmação das liberdades e do Estado de Direito em Cabo Verde.
Cabo Verde é o país lusófono mais democrático, tendo ultrapassado Portugal no último ano, revela o Índice da Democracia 2011, do Economist Intelligence Unit, que coloca Angola e Guiné-Bissau entre os piores.
Em dezembro último, a quarta edição do índice da revista The Economist avaliou as democracias de 165 Estados independentes e dois territórios, colocando Cabo Verde em 26.º lugar, um à frente de Portugal e o melhor dos oito países de expressão portuguesa.
O Dia da Liberdade e da Democracia foi celebrado em vários pontos do país, com palestras e atividades organizadas essencialmente pelos partidos políticos.
Na Cidade da Praia, a Câmara Municipal organizou a quarta edição da corrida da liberdade, em que participaram cerca de três mil pessoas.
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