José Ribeiro – Jornal de Angola, opinião, em A Palavra do Diretor
Os dirigentes angolanos sabem como conduzir os destinos do país. Após a Independência Nacional foram feitas opções sob o ponto de vista político e social. O mundo estava então dividido em blocos.
Angola optou na altura pelo não-alinhamento e privilegiou relações com os povos e Estados que apoiaram a luta contra a dominação estrangeira. Muitos países criticaram essas opções. Os dirigentes angolanos decidiram, com determinação, traçar um rumo e segui-lo sem vacilações. Nada mais queriam do que proporcionar aos angolanos uma vida de dignidade e felicidade.
Hoje o regime tem outro rosto. Mas no essencial, persegue os mesmos fins e traçou os mesmos objectivos: levar a todos os angolanos paz, prosperidade e bem-estar. O Presidente José Eduardo dos Santos disse, recentemente, aos diplomatas estrangeiros, algo que é importante analisar: o capitalismo em Angola está “articulado com uma adequada política de justiça social”. Em linguagem jornalística, o capitalismo em Angola tem “rosto humano”.
Esta declaração é tanto mais importante quanto mais se assiste hoje a um questionamento dos sistemas sociais e políticos. O compromisso assumido por José Eduardo dos Santos faz toda a diferença, no momento em que se assiste uma interessante discussão sobre o rumo a seguir depois da hecatombe de Wall Street em 2008. Os resultados dessa catástrofe estão à vista na Zona Euro onde o desemprego atinge números alarmantes e as bolsas de pobreza alastram mesmo aos países mais desenvolvidos. O sistema está bloqueado nas dívidas públicas e as conquistas sociais e os direitos humanos são atacados no coração da democracia.
Ante as tragédias humanas que assolam a Europa, os EUA e os países mais desenvolvidos, José Eduardo dos Santos sentiu necessidade de dizer aos angolanos que o Executivo evita soluções que afectem as populações e prefere seguir por um capitalismo com justiça social. E esta semana o Presidente veio acrescentar que a iniciativa privada tem um papel de grande responsabilidade na execução dessa política de rosto humano.
Nos últimos quatro anos, o Executivo fez investimentos gigantescos no sector social. Construiu e reconstruiu estradas, caminhos-de-ferro, pontes, aeroportos, habitações aos milhares.
O ciclo dos grandes investimentos públicos está praticamente em velocidade cruzeiro. O essencial foi feito, agora é só lançar projectos nas zonas mais deprimidas economicamente ou afectadas pela desertificação humana. Angola tem as infra-estruturas básicas que vão permitir o crescimento económico acelerado, a criação de riqueza e de postos de trabalho. A inflação no ano passado caiu para 11 por cento e este ano o FMI prevê uma inflação de apenas um dígito. São sucessos extraordinários de um regime com rosto humano e que aposta tudo no combate à pobreza.
Este foi o momento escolhido por José Eduardo dos Santos para se encontrar com os empresários nacionais. Em primeiro lugar, para lhes dizer que os sucessos políticos e económicos registados até agora, também se devem à sua acção e coragem, ao longo das últimas décadas. Mas sobretudo para anunciar um novo paradigma.
Depois dos grandes investimentos públicos, o Executivo vai a partir de agora criar condições para que a iniciativa privada seja o motor da economia nacional. O rosto humano do nosso regime é conhecido por todos e ninguém duvida da sua honestidade. É tempo de investir naqueles que nas micro, pequenas e médias empresas criam riqueza e postos de trabalho. O Estado, a partir de agora, vai reforçar os mecanismos legais, fiscais e financeiros para que os empresários nacionais ganhem protagonismo e aproveitem o caminho aberto na economia pelos investimentos públicos.
Quando as coisas são feitas no devido tempo, normalmente dão bons frutos. O anúncio de José Eduardo dos Santos durante o encontro com os empresários, garante aos angolanos que o Estado continua a investir no sector social, sobretudo na saúde, educação e emprego, mas ao mesmo tempo cria as condições ideais para que a iniciativa privada prospere.
Nota Página Global
Na imagem acima expomos o denominado WALLY ET HERMES, alegado iate de Isabel dos Santos, filha do PR angolano Eduardo dos Santos. Página Global abordou em 31 de Dezembro último este tema em Isabel dos Santos, navegando e recriando-se sobre mares de miséria, de fome e de ditadura – contendo uma dezena de fotografias e alguns apontamentos a propósito. Posteriormente foi posto em questão pelo coletivo de Página Global sobre a veracidade da existência deste iate e ainda sobre a efetiva posse por parte de Isabel dos Santos. Procurámos saber onde pára o Wally et Hermes, onde está acostado quando não é utilizado, porque nunca foi visto na baía de Luanda, porque não conseguimos descobri-lo nas diversas marinas que contactámos e que presumivelmente são aptas para este tipo de embarcação de luxo. Nada. Até parece que o Wally et Hermes não existe e que tudo não passa de uma recriação de alguém, que não de Isabel dos Santos. Parece, por nada descobrirmos pelos nossos meios.
Considerando a nossa incapacidade em deslindar o assunto e descobrir o referido iate, bem como se é mesmo pertença de Isabel dos Santos, desafiamos os nossos leitores a colaborarem e dizerem-nos ONDE ESTÁ O WALLY ET HERMES. É que as fotos, só por elas, nada provam. Algo de muito mais substancial tem de existir para materializar o que tem vindo a ser afirmado em inúmeras publicações com aquelas fotos de simples catálogo e nada mais. Afinal, ONDE ESTÁ O WALLY ET HERMES? Onde se abriga e por onde viaja este símbolo do capitalismo que é apontado como sendo posse de Isabel dos Santos? É que parece que para além das imagens de catálogo não existe mais nada. Ou existe? Quem nos ajuda a deslindar o mistério?
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