sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

DESMISTIFICAR MENTIRAS E DEMAGOGIA DE PASSOS COELHO



Carlos Fonseca - Aventar

O primeiro-ministro é pródigo no uso da mentira e da demagogia. As nomeações políticas constituem dos capítulos mais obscuros da governação a que preside. O recurso à demagogia é outro inaceitável instrumento de comunicação – e propaganda – do actual governo. Vamos por partes.

Nomeações políticas

Há notícias a divulgar a nomeação de Vasco Graça Moura como novo presidente do CCB, sucedendo ao seu amigo e igualmente nomeado na lógica ‘tachista’ do ‘centrão’, António Mega Ferreira. Trata-se, pois, de mais uma nomeação política, ao que se percebe feita sob proposta do Secretário de Estado da Cultura, o putativo Francisco José Viegas; a somar a outras, como esta aqui denunciada.

Na trôpega encenação de há dias, na iniciativa “Made in Portugal” do DN, Passos Coelho exibiu quadros e números ilusórios. Os nomeados pelo seu governo, com base em critérios de filiação partidária no PSD ou CDS, já constituem um conjunto de várias centenas. E, porém, a coisa não vai ficar por aqui. Espere-se até 31 de Março pelas assembleias-gerais e finais de mandato de gestores públicos e, então, será o tempo de conferir os saldos e reconfirmar que Coelho mente e de que maneira.

A demagogia do discurso perante os cidadãos e a AR

Com o discurso inspirado nos “amanhãs que cantam”, Passos Coelho, diz-se aqui, terá deixado aos parlamentares a mensagem:

2012 pode marcar primeiro excedente comercial em anos

Dando de barato que eventualmente esse desfecho até poderá concretizar-se, o importante é explicar ao País por que razões sucede. Sim, as razões são de naturezas diversas, mas as principais podem ser lidas no Relatório dos Indicadores de Conjuntura do Banco de Portugal – Janeiro 2012, acabado de publicar e destacado, pela negatividade de resultados, por diversos órgãos da imprensa – este e este, por exemplo.

No referido relatório, no capítulo referente à Economia Portuguesa, são reveladas quedas muito acentuadas no consumo privado e no investimento (formação bruta de capital fixo). O ‘Jornal de Negócios’ salienta:

Actividade económica e consumo privado caem para novos mínimos desde 1978

Com este cenário interno, de redução drástica do nível de vida dos portugueses e corte de investimentos, essencialmente os reprodutivos, do Estado e de privados, o registo da Economia Portuguesa será marcado em 2012 por acentuada recessão; embora com natural melhoria no comércio internacional de mercadorias por aumentos da exportação – veremos até quando – e significativo decréscimo das importações de bens de consumo corrente ou duradouros e de bens de investimento.

Conclusão

A desmontagem da propaganda de Passos Coelho nas duas vertentes, nomeações políticas e projecções de excedente externo nas trocas comerciais, é tarefa fácil. Adiante, no tempo, veremos que o tal ‘ponto de viragem´, frase da filosofia de comunicação ora em voga e inicialmente usada por Vítor Gaspar, não passa de uma miragem. Mais intelectualizada, mas, em termos práticos, ao nível dos ‘pastéis de nata’ do Álvaro.

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