Joseph Stiglitz acusa os líderes europeus de estarem obcecados com programas de austeridade que apenas irão agravar a crise actual
Joseph Stiglitz denunciou hoje aquilo que considera ser um "fetiche do défice" existente na Europa. Para o antigo presidente do Banco Mundial, os líderes europeus estão obcecados com medidas de austeridade que façam descer o défice.
"É preciso saber qual é a origem dos défices. A Europa não sairá da crise com austeridade, mas sim com crescimento económico", afirmou o economista durante a sua intervenção no Congresso anual da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED). "Se esta crise não for bem gerida haverá recessão ou um crescimento muito reduzido, com um desemprego muito elevado. E pode ser pior: pode significar o fim do euro ou uma recessão global."
Prémio Nobel da Economia em 2011, Stiglitz recorda que "a austeridade quase nunca resultou numa recuperação" e que, neste caso, nem sequer servirá como garantia de prevenção em relação a outra crise. "Espanha e Irlanda tinham excedentes orçamentais", lembra.
Apesar de ser crítico da actuação das agência de rating, Stiglitz defendeu que algumas das razões enunciadas para descerem a classificação de países da zona euro fazem sentido. "A Standard & Poor's já avisou para as consequências negativas de apostar na austeridade sem medidas para o crescimento económico."
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