sábado, 14 de janeiro de 2012

Novo contingente parte para o Líbano e integra militares de Timor-Leste pela primeira vez



MP/(ATF/MPC) – Lusa, com foto

Lisboa, 14 jan (Lusa) - Um grupo de 131 militares parte na segunda-feira para o Líbano, no âmbito da participação portuguesa na missão das Nações Unidas naquele país, sendo um contingente que integra pela primeira vez tropas de Timor-Leste.

Estes militares, 120 portugueses e 11 timorenses, pertencem à Unidade de Engenharia n.º 11, comandada pelo tenente-coronel Rui Pedro Brazão da Costa, e permanecerão na localidade de Shama, no sul do Líbano, próximo do quartel-general da missão da ONU (UNIFIL), segundo o Estado-Maior General das Forças Armadas.

A participação na UNIFIL é uma das missões internacionais que Portugal decidiu abandonar este ano, devido aos constrangimentos orçamentais, pelo que as tropas nacionais só permanecerão no Líbano até meio do ano.

O orçamento destinado às forças nacionais destacadas em missões internacionais em 2012 teve um corte de 30%, passando de 75 milhões de euros para cerca de 52 milhões.

A maior fatia, que ronda os 19 milhões de euros, destina-se à participação portuguesa no Afeganistão, no âmbito da NATO, e que Portugal decidiu manter integralmente até 2014, por ter sido considerada estratégica e prioritária.

Além de reduzir a presença no Líbano, Portugal vai abandonar a missão das Nações Unidas de combate à pirataria no Índico, mas continuará a participar na operação da União Europeia na mesma região.

Porém, em dezembro, o ministro da Defesa admitiu que após terminar a participação na missão ONU no Líbano, Portugal pode vir a participar com militares em novos teatros de operações este ano ou em 2013.

"Admitimos que durante o ano de 2012 possam surgir cenários onde, no âmbito das Nações Unidas, haja novos teatros de operações onde Portugal possa participar, não sabemos como vai evoluir toda a chamada primavera árabe, o que vai acontecer na Líbia, e entre o que parece ser um esgotamento da nossa participação no Líbano e outros cenários onde poderá haver necessidade de participação das Nações Unidas, nós queremos ficar com essa margem de manobra", afirmou Aguiar-Branco.

Portugal participa na missão da ONU no sul do Líbano desde 2006 com sucessivas unidades de engenharia do Exército.

Quanto à cooperação com Timor-Leste na área da Defesa, abrange a formação a oficiais, sargentos e praças, além de militares portugueses destacados naquele país para apoiarem as Forças Armadas timorenses.

Em setembro passado, quando o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, visitou Portugal, os dois países renovaram os protocolos de cooperação militar a partir deste ano, quando termina a missão de paz das Nações Unidas em Timor-Leste.

Foi ainda durante a visita de Xanana Gusmão a Portugal que foi anunciado que militares timorenses integrariam o contingente português que parte na segunda-feira para o Líbano.

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