Martinho Júnior, Luanda
I
Quando algum investigador põe a nu o poder da aristocracia financeira mundial, formada a partir das casas bancárias europeias trasladadas para os Estados Unidos e mentoras do capitalismo que formou carteis, monopólios e castas, o capitalismo que está na origem e é motor da “nova ordem global”, logo aparece alguém ainda “melhor informado” e que conclui: esse indivíduo está a seguir uma trilha de risco pelo que só pode estar a propagar “teoria da conspiração”.
Levo a sério esse tipo de “críticas”, por que elas trazem um sinal de classe que se identifica por completo com o poder que ao não se assumir em nome da humanidade, hoje mais que nunca, em função dum egoísmo atroz e insuperável é contra ela.
Sabemo-lo pela amarga experiência da esmagadora maioria, dos 99% a que se refere o “Occupy Wall Street”, sabemo-lo sobretudo pela amarga experiência dos povos de África, América Latina e Ásia!…
As práticas de conspiração são evidentes, as práticas de conspiração duns míseros 1% que sufocam, com a globalização neo liberal dum capitalismo esmerado na especulação dos grandes lucros, a humanidade e o planeta, não se importando que, contra si, hajam tantas e tão insofismáveis evidências-que-são-práticas.
Uma das evidências mais gritantes é Guantánamo, por que essa ignomínia ética, moral e histórica faz parte de outra ignomínia ainda maior que é sem dúvida um exemplo anualmente exposto duma contínua prática de conspiração: o bloqueio a Cuba!
“As nações participantes da 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas, rechaçaram, terça-feira, 25 de outubro, de maneira contundente e pela vigésima ocasião, o bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba” (http://www.granma.cu/portugues/mais-informacoes/26oct-comunidad.html).
Cada ano que passa o bloqueio é discutido na ONU e sujeito à manifestação do voto de todos os estados ali representados e qual é o resultado?
Cuba responde às adversidades impostas pelo império com mais educação, mais saúde, mais integração com outros estados, nações e povos da América Latina, na ALBA, na CELAC, na UNASUR, no PETROCARIBE… e em troca, com todo o saber e experiência acumulados, socorre, em especial nas horas adversas mais difíceis, alguns dos mais deserdados da Terra um pouco por todo o planeta!
Haverá algum bloqueio capaz de parar a vontade de humanidade que Cuba construiu com sua revolução ao longo dos mais de 50 anos de sua afirmação?
Haverá algum bloqueio possível quando, integrando o pelotão das modernas nações que emergem da rota dos escravos, a Revolução Cubana, constituindo-se em vanguarda dos movimentos de libertação, optou com seus melhores filhos, com seus sacrifícios e com o seu sangue, pela luta contra colonialismo, contra o “apartheid”, contra as suas sequelas e contra o subdesenvolvimento que bebe da história de séculos?
Contra a esmagadora maioria, os 99% evocados pelo movimento “Occupy Wall Street”, as sucessivas administrações norte americanas e os falcões de Israel marcam o que está na essência de suas opções: a imposição do seu domínio que tudo tem a ver com o império, que nada tem a ver sequer com o respeito pela democracia, muito menos com o respeito que merecem todos os povos, a humanidade, por que é sem dúvida contra a humanidade!
Por que os Estados Unidos têm tanto receio de levantar o bloqueio a Cuba?
O quê e quem os bloqueia?
Em nome da ética, da moral e da história:
Fim ao bloqueio é o que pedem os 99% da humanidade!
Nota:
Este artigo homenageia os Antigos Combatentes dos movimentos de libertação de Angola e do Continente Africano, que perfilham todos os matizes filosóficos, ideológicos e políticos, por que a luta contra o subdesenvolvimento de todas as nações que emergiram da rota dos escravos, é uma luta comum, uma luta que só pode unir os dois continentes das margens do Atlântico.
Evoca ainda os 5 prisioneiros cubanos do império, 3 deles combatentes da causa do movimento de libertação em África contra o colonialismo e o “apartheid”.
O dia 15 de Janeiro é em Angola o Dia dos Antigos Combatentes.
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