sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Portugal: Bernardino & Zorrinho, sociedade de irresponsabilidade ilimitada



Carlos Fonseca - Aventar

A hora é de domínio da direita. Legítimo, mas devastador para os cidadãos. Até por esta razão, criticar as divergências e o divisionismo de esquerda não me é fácil nem agradável. A defesa de direitos fundamentais de milhões de portugueses e, sobretudo, combater ataques de políticas iníquas do governo PSD+CDS deveriam constituir princípios imperativos e impeditivos de qualquer falta de sintonia e de unidade de toda a esquerda na acção política.

Bernardino e Zorrinho, incumbidos pelos aparelhos partidários, vieram a público declarar que PCP e PS não se vinculam à iniciativa dos 25 deputados socialistas e do BE, no requerimento ao Tribunal Constitucional a pedir a fiscalização da constitucionalidade do OGE 2012.

A harmonia e a coincidência das justificações fez-me imaginar que, nos bastidores, os dois partidos forjaram a sociedade Bernardino & Zorrinho. De irresponsabilidade ilimitada, e com o objecto específico de diminuir a probabilidade – alguma que houvesse – de o Tribunal Constitucional vir a considerar que, pelo menos no caso dos ‘Subsídios de Férias e de Natal’, há clara iniquidade e violação de direitos constitucionais da lei orçamental; isto, em prejuízo dos funcionários públicos, reformados da f.p. e pensionistas do sector privado. Como, de resto, o PR reconheceu publicamente, acabando, no entanto, por se decidir pela promulgação. Mas a estas contradições de Cavaco infelizmente também estamos habituados.

Ao invés de se integrarem no requerimento ao Tribunal Constitucional, PCP e PS, pela voz de Bernardino e Zorrinho, acreditam em outros meios de acção, nomeadamente no combate político. Falácias.

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