António Veríssimo
No final de Outubro do ano passado o secretário de Estado da Juventude, Alexandre Miguel Mestre, deu a entender, numa intervenção a partir do Brasil, que os jovens portugueses que não encontram colocação no mercado de trabalho estão acomodados à situação, no que o governante chama de “zona de conforto”, pelo que o seu conselho é muito direto: emigrem.
As declarações foram registadas pela Agência Lusa e deram origem a sururu que, como habitualmente, deu em nada. Ninguém disse a esse governante do afamado Bando de Mentirosos, também conhecido por políticos no governo de Passos Coelho, que ele estava redondamente errado: Portugal é uma zona de desconforto e não de conforto.
Os jovens portugueses ao emigrarem estão a fugir à zona de desconforto construída pelos políticos que deram escola a este secretário de estado e a quase todos os que nos têm desgovernado e se têm governado nas últimas duas décadas, uma escola do Partido Socialista (PS) e do Partido Social Democrata (PSD) com umas “mãozinhas” do CDS de Paulo Portas que de vez em quando lá vai mitigando a fome de poder na governança de uns quantos sobreiros e submarinos, entre outras migalhas.
Emigram quadros e cérebros, que consequências para o futuro?
O melhor de Portugal em quadros e cérebros está a emigrar assim que vislumbram uma “janela” que lhes proporcione fugir desta zona de desconforto. São jovens já bastante qualificados mas também outros que apesar de não serem jovens estão suficientemente maduros e qualificados para abandonarem o país, aproveitando a possibilidade de colherem o justo reconhecimento e condições pela sua alta qualidade profissional, coisa que em Portugal não acontece se acaso não forem obedientes filiados dos partidos políticos do arco dos poderes. Esse esquema que coloca incompetentes em lugares de chefia com vencimentos e mordomias chorudas só porque são da corja partidária atrás citada. E assim tem acontecido durante décadas, provocando cada vez mais práticas corruptas e de nepotismo, para citar só estas maleitas e não desfiar o rol do registo de males gravosos com que PS e PSD, principalmente, têm contaminado o país. Assim não tivesse acontecido e Portugal não seria uma imensa zona de desconforto à beira-mar plantada.
Uma vez que os portugueses mais ou menos capacitados estão a abandonar o país – ainda agora se fala de 700 médicos e enfermeiros – o que se pergunta é como será o futuro em Portugal só com parasitas da política, da corrupção e nepotismo, dirigentes medíocres, mão-de-obra menos qualificada, etc. O que será do futuro deste país? Ainda para mais porque tem uma enorme percentagem de gente de idade superior a 60/65 anos e as taxas de natalidade continuam a baixar. Já se vê: um país de velhos maltrapilhos, de crianças maltrapilhas, de doentes, de uma elite gananciosa, de vigaristas, de políticos e de grandes empresários e banqueiros estúpidos que nem equacionam que acabando assim com o país estão a destruir as suas possibilidades de poderem continuar a enganar e a roubar para vantagens deles próprios e de mais uns quantos das suas pandilhas. Acabando connosco, com os portugueses, o maná acaba-se-lhes. Bem dizem que a ganância cega!
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