sábado, 28 de janeiro de 2012

Timor-Leste: Apoio ao país merece consenso em Portugal - Nuno Crato



MSE - Lusa

Díli, 27 jan (Lusa) - O ministro da Educação português, Nuno Crato, disse hoje em Baucau, depois de inaugurar mais uma Escola de Referência de Timor-Leste, que a continuação do apoio ao país é um assunto consensual em Portugal.

"É um apoio em que todo o Portugal está empenhado. Timor é um consenso em Portugal. Há um consenso em Portugal de que temos de cooperar com Timor, é um consenso do Governo de que temos de cooperar com Timor", disse em entrevista à agência Lusa.

O ministro Nuno Crato termina no sábado uma visita oficial a Timor-Leste durante a qual inaugurou juntamente com o seu homólogo timorense cinco Escolas de referência, que vão servir de modelo para todas as outras escolas do sistema de ensino timorense.

O projeto das Escolas de Referência, assinado em setembro entre os ministérios da Educação de Portugal e de Timor-Leste, inclui 50 professores portugueses e está orçado em 2,4 milhões, 1,5 milhões de dólares garantindo pelo Estado português.

Em relação à utilização da língua portuguesa em Timor, o ministro lembrou que o país esteve ocupado pelos indonésios e que "durante esse tempo o ensino do português não era permitido".

"Há toda uma geração que regressou a línguas locais, sem apoio da língua portuguesa. Portanto, houve aqui um buraco na história de Timor-Leste, mas é muito emocionante ver, por exemplo, quando estamos na inauguração de uma escola que a população local canta o hino português e percebe português", disse.

Segundo Nuno Crato, há uma geração a partir dos 40, 50 anos que "percebe o português, gosta muito de ouvir e de falar o português e há uma geração intermédia entre os 25 e os 35 que tem muitas dificuldades com o português".

O ministro da Educação de Timor-Leste, João Câncio, disse em novembro à Lusa que os últimos dados indicam que cerca de 35 por cento da população fala português.

A relatora especial da ONU para os Direitos Humanos e Extrema Pobreza, Magdalena Sepúlveda, alertou também em novembro que mais de 40 por cento da população timorense não saber ler nem em tétum, nem em português, as duas línguas oficiais do país.

"É muito fácil aprender português e essa aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento das crianças. Esta é a visão do ministro João de Câncio (ministro da Educação de Timor-Leste) e é uma visão que apoiamos por completo", salientou.

Sobre a visita a Timor-Leste, Nuno Crato disse que o balanço é "extremamente positivo".

"Extremamente positivo. Ultrapassou todas as minhas expetativas, todas as nossas expetativas, porque nós vemos em todo o lado um grande empenho dos professores, um grande empenho das populações em cada local e um grande empenho do Ministério da Educação de Timor-Leste por este projeto (das Escolas de Referência", salientou.

Para Nuno Crato, a visão do ministro da Educação de Timor-Leste "é uma grande visão sobre o futuro do ensino".

"É uma visão do ensino em português, que é uma língua de comunicação internacional e que Timor-Leste muito aprecia e é a visão de uma educação com base em professores bem formados", sublinhou.

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