segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

“DÁ NOJO VER O ROSTO DE JOSÉ MARIA NEVES”



Liberal

Cabo-verdianos reagem indignados…

Nunca a popularidade do Primeiro-ministro esteve tão baixa. As infelizes declarações de José Maria Neves, de que “a sociedade cabo-verdiana sempre foi violenta” têm vindo a registar um crescendo de contestação no arquipélago e na diáspora

Praia, 6 de Dezembro 2012 – As recentes declarações do Primeiro-ministro parece terem chocado o País e a diáspora. Ao afirmar que “a sociedade cabo-verdiana sempre foi violenta”, José Maria Neves gerou um terramoto de contestação às suas palavras, à sua pessoa e à sua permanência à frente do Governo.

Nas conversas de amigo, nas tertúlias de café e nos comentários nas redes sociais e nos online, as polémicas afirmações revelaram um denominador comum: ao fim de um ano de ter tomado posse, esgotou-se o seu estado de graça, os cabo-verdianos não gostam de José Maria Neves.

Nos comentários à peça publicada em Liberal [“Primeiro-ministro afirma que sociedade cabo-verdiana sempre foi violenta”], à excepção de um, todos vão no mesmo sentido: as declarações do PM provocaram desagrado geral. “Este senhor é irresponsável”, porquanto “com este comportamento, como chefe do governo, vai suscitar ainda mais violências nesta nova geração” e “este homem já perdeu a bússola”, são mimos atirados por um leitor que simbolicamente assina como “Irresponsável”. Logo a seguir, alguém que assina como “Burro de Ribeira”, demonstra ter ido aos arquivos… ao escrever: “A Nação nº 231, página E10: Assomada, 20 de Janeiro de 2012. “Somos um país de paz” - José Maria Neves. (…) Porque no te callas, Maria?”, numa alusão ao incidente entre Juan Carlos e Hugo Chavez, anos atrás numa conferência ibero-americana.

Já para o “Cabo-verdiano Ofendido”, que refere que não há conhecimento de algum Primeiro-ministro ter dito tal sobre o seu próprio povo, “isso só pode sair da boca desse palhaço de Pedra Barro”… “JR May” considera que o PM está a furtar-se às suas responsabilidades e que “esse senhor parece que não conhece Cabo Verde”, ao mesmo tempo que “Clara” escreve “demente… Demente… Demente”, no que parece receber a concordância de “Rosa” que, em crioulo, verbera: “Zé Maria só podi sta doido”, ao mesmo tempo que dispara viperina insinuação sobre a vida pessoal do JMN, “Nu tem ki pergunta Iolanda Fortes, Lurdes Barros de casa cidadão, Calota Teixeira, Luisa, Carla Lima, etc., etc si bu ta fazi violencia ku bus mudjeres”.

“Reginaldo” faz abordagem num sentido mais grave, ao referir estar “preocupado” com “a afirmação do Sr. Primeiro-ministro”, na medida em que “não se pode - de maneira nenhuma - estabelecer comparação entre grupos de ‘crianças’ que brincavam ao cowboy, com o grau de criminalidade que se vive hoje no país”, no que parece ser secundado por “Elias Silva” que escreve: “JMN confunde tudo”, para, mais adiante alegar que o povo cabo-verdiano sempre foi pacífico, pelo que as palavras do Primeiro-ministro são “a maior afronta que se pode fazer a este humilde povo”. Emigrante em França, “Elias” não quer ser catalogado de violento “por nenhum europeu, nem por ninguém”, quando passa na rua e interroga-se: “Porém, como posso defender-me dessa imagem quando é o meu Primeiro-ministro a afirmá-la?” Para este leitor, “JMN confunde a história do PAICV com a história do povo cabo-verdiano”, adiantando que “de facto, dá para perguntar: quem matou Amílcar Cabral? Quem matou Renato Cardoso? Quem matou Adriano Santos em Santo Antão? Quem matou Toy de Forro em São Vicente? Quem matou, quem matou, quem matou, quem perseguiu, quem fez sair de Cabo Verde famílias inteiras com uma mão à frente e outra atrás para fugir à humilhação e a afronta injusta? Foi o povo ou foi o PAIGC/CV?”, rematando que “ JMN tem vindo a revelar-se um verdadeiro problema para este país e para o seu povo”.

O leitor “Cactus” parece não ter dúvidas de que “se Cabo Verde fosse um país violento o povo já o teria linchado” e que “este quase anão é um perigo para o futuro do país”. Já “Antónia”, gozando com as veleidades de “cientista social” do PM, considera que “crónico é o estado de degradação mental e psíquica de José Maria Neves e parece não ter mais cura”, adiantando ainda que “Neves não estuda, não analisa, não relaciona coisas, factos, números e realidade”, e “por não pensar um pouco antes de falar, Neves, constantemente se sujeita ao ridículo e ao bizarro, e obviamente a mentir”.

“Ferreira” envergonha-se de ter “um PM que classifica os cabo-verdianos dessa forma”, e “João de Castro” considera que “esta foi demais, esta ultrapassou todas as asneiras e atrocidades”, remetendo uma sugestão a JMN: “demita-se, tenha o mínimo de dignidade”. Já alguém que assina “Vergonha” coloca uma interrogação pertinente para sustentar o carácter pacífico do nosso povo: “em que país os cidadãos passam meses e mais meses sem água nem luz e ficam quietos?”… Mais adiante, JR May, volta à carga ao propor que “todos os cabo-verdianos, na diáspora ou a viver em Cabo Verde, que se sintam ofendidos, caluniados e difamados com tais acusações, devem organizar e fazer uma queixa-crime contra o Sr. Primeiro-ministro”. Mas “Matchicadu” não se prende a formalismos ou palavras doces, para este leitor, “nu tem vergonha de tem um primeiro ministro assim! da nojo de ver se rosto!”…

Indignado, “Não violento” não é parco nas palavras: “Horrível! Tamanha Irresponsabilidade do Primeiro-ministro! Debate já na TV com sociólogos, historiadores, investigadores para tranquilizar este povo que o JMN não só está violentamente errado como está fora de si. JMN está com problemas mentais graves. E, por isso, é nossa responsabilidade (do PR, do PAICV, da oposição e de todos nós) exigir desde já a demissão do PM porque ele perdeu o sentido de Estado, perdeu as rédeas. Ele, JM Neves, está demente e deve ser solicitada a entregar da pasta de Primeiro-ministro”. E “Ghostrider” vai na mesma linha de caracterização psíquica ao defender que “o nosso Primeiro-ministro já há muito tempo que perdeu a cabeça”, porquanto “anda sempre a ofender as pessoas”, e sugerindo mesmo: “Vamos já criar uma petição online a pedir a demissão deste homem que é uma vergonha para o nosso país”.

Recordando o passado, um leitor que assina como “Caboverdiano” é peremptório a afirmar: “nasci e cresci na ilha do Sal e, na minha infância, as noites eram passadas com as portas de entrada da casa dos meus pais escancaradas”, considerando a afirmação de JMN, “no mínimo, ridícula”, pelo que considera que “este Primeiro-ministro tem os dias contados”. A mesma opinião tem “Jahmann CV”, afirmando que “se fosse noutro país, o PM teria de ser demitido imediatamente”. E o leitor “Kauberdiano” também não se inibe de desancar em José Maria Neves: “Ah Djose Mintiroso, bu ten razon di fla ma povo Kauberdiano e violento, sta dreto sin, pmdi ses mostraba bo desdi prumero ora modi k ksas ta dibudja, bu ka ta papiaba somelhanti porkaria di ke li, abo e nha burgonha komu PM”.

“Eugénio Delgado” defende que “esse homem, de tanto mentir deixou de dizer coisa com coisa” e que “a violência de que fala, só se for no seio da sua família”, apelando ao PM que “não confunda sua família com a Nação Cabo-verdiana”. E “Dasaev” interroga: “É este homem que ganhou 3 eleições em Cabo Verde?”. “Jorge Presidente” apela ao Chefe de Estado “que arranje uma maneira de dizer ao povo que isto não é verdade!”. E “Alberto Tavares” sugere que, “por uma vez na vidada”, o PM falou verdade, porquanto “ele sabe o que diz porque é violento, quer na sua forma de falar quer na de agir”.

Os comentários vão todos neste sentido, dando a entender que as críticas ao Primeiro-ministro se generalizaram, apanhando vários sectores políticos e sociais. E as trapalhadas de José Maria Neves, ao que Liberal apurou, estão mesmo a criar anti-corpos dentro do PAICV.

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