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OS três jovens que se envolveram esta semana no rapto de duas crianças no bairro de Macurungo, arredores da cidade da Beira, em Sofala, confessaram ontem que mataram os menores sequestrados depois de se aperceberem que a Polícia já estava no seu encalço. Por seu turno, os familiares das vítimas apontaram os indiciados do crime como tendo sido bastante irredutíveis na exigência de somas em dinheiro para o resgate em montantes ainda não revelados.
Detidos na 6ª Esquadra, no bairro de Macuti e tendo a sua prisão sido legalizada ontem, os indiciados respondem pelos nomes de Juvêncio Alexandre, de 36 anos, ido de Maputo, Ricardo João, de 25, e Nelson Gentil, também de 25. O primeiro suspeito é considerado o cabecilha do grupo e o último, que é criminoso-confesso, terá conduzido o rapto dos dois rapazes, nomeadamente Ozias Arão, de 10 anos, e Augusto Massada Julai, de 11, num acto macabro que está a agitar e a mergulhar num choque colectivo a capital provincial de Sofala.
Conforme revelou ontem à Reportagem da Delegação da Beira o Chefe da Secção de Imprensa no Departamento de Relações Públicas no Comando da PRM em Sofala, Mateus Mazive, o móbil do crime era o rapto para depois exigir-se o resgate. Mazive acrescentou que o assassinato dos menores foi com recurso ao uso de instrumentos de natureza contundente, ainda não especificados.
Entretanto, os corpos dos finados foram já recuperados encontrando-se depositados na morgue do Hospital Central da Beira.
A Polícia revelou que para eliminar possíveis vestígios do crime, os indiciados chegaram a enterrar os corpos das vítimas na mesma cova com uma profundidade de 1,5 metro no interior de uma casa ainda em construção no bairro de Macurungo.
Mateus Mazive acrescentou que a descoberta das vítimas exigiu uma operação muito delicada, chegando ao ponto de se solicitar o reforço de efectivos.
Para já, o único criminoso-confesso, Nelson Gentil, residente no bairro de Macurungo, disse que esperava receber pelo sequestro 100 mil meticais, sendo que os restantes comparsas haviam arrendado uma casa para este propósito na mesma zona residencial.
Descrito pelos moradores como jovem calmo e de muito respeito, Gentil, que chegou a oferecer um jantar, passeatas às vítimas na Rua-15 e assistir a programas televisivos, na sua casa em Macurungo, antes da consumação do crime, disse à Polícia que o alvo preferencial do sequestro era Massada por se julgar que o seu pai, Luís Julai, trabalhador da FIPESCA, tinha alguma posse financeira.
Enquanto isso, Ozias Arão, cuja mãe é membro da Quinta Unidade Especial da Força de Intervenção Rápida (FIR) na Beira, nos planos dos raptores seria restituído à liberdade, o que não aconteceu por os raptores temerem a acção policial.
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