terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Portugal: BE recusa escolher entre "veneno por um copo" ou "às colheres"



ACL - Lusa, com foto

Lisboa, 27 fev (Lusa) - O coordenador do BE, Francisco Louçã, manifestou-se hoje contra a "política de destruição de emprego" da União Europeia, argumentando que os bloquistas não preferem "a solução do veneno por um copo ou do veneno às colheres".

"O Bloco de Esquerda não prefere a solução do veneno por um copo ou do veneno às colheres. Nós queremos combater a crise e os fatores de destruição da economia", afirmou Francisco Louçã.

O líder do Bloco falava aos jornalistas depois da audiência com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em São Bento, no âmbito da preparação do Conselho Europeu desta semana.

"Vemos esta política europeia com imensa preocupação e com a ambição que uma resposta europeia sensata para o crescimento e para o emprego contrarie, enfrente e recupere a responsabilidade democrática contra esta visão de destruição da Europa que tem sido conseguida pela senhora Merkel", argumentou.

Francisco Louçã sublinhou que "toda a União sofre com o aumento galopante do desemprego provocado pelas medidas de austeridade" e que "a política da União Europeia, conduzida pelo diretório da senhora Merkel, é uma política de destruição de emprego, de redução dos salários".

"Como todos podem perceber, se os salários baixarem e as pensões baixarem e se os preços aumentarem e se os impostos aumentarem, as economias ficarão muito mais pequenas, é o que está a acontecer em Portugal", afirmou.

"No final de 2012, não há nenhum milagre, o que há é o resultado da sangria, o resultado do sofrimento, o resultado do empobrecimento. Portugal no final de 2012 estará mais pobre, não estará a recuperar, não se recupera empobrecendo, não se recupera criando desemprego, retirando os salários ou as pensões", defendeu.

Louçã frisou que "a cimeira europeia que se reúne agora é a dos mesmos dirigentes que impuseram a redução da procura, com a ideia absolutamente peregrina e extravagante de que o défice do Estado nunca poderá ultrapassar 0,5 por cento em termos estruturais, mesmo quando estamos numa recessão ou numa depressão".

"Do que nós precisamos não é de esperar pelo final de 2012, é de agir. Não é no próximo ano, é neste ano e é agora que é preciso a coragem de uma Europa e de um país que se erga contra as medidas de austeridade e de facilitação do despedimento para recuperar democracia para a economia", afirmou.

Referindo os "600 milhões de euros para reforço de capital do BPN", somados que uma "oferta de mais 300 milhões de euros", Louçã acusou o Governo de "espatifar" dinheiro ao mesmo tempo que "reduz o subsídio de desemprego dos desempregados ou facilita os despedimentos".

"Este não é um Governo que quer soluções para 2012, este Governo é o problema de 2012", disse.

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