Expresso
Portugueses e gregos são os europeus mais preocupados com o fenómeno da corrupção. No extremo oposto surgem dinamarqueses, holandeses e luxemburgueses.
Praticamente todos os portugueses (97%) inquiridos para um "eurobarómetro" consideram que a corrupção é um dos grandes problemas do país, sendo a par dos gregos e cipriotas os cidadãos europeus mais preocupados com este fenómeno.
De acordo com os resultados divulgados hoje pela Comissão Europeia do inquérito levado a cabo em setembro do ano passado, uma grande maioria dos europeus (74%) considera que a corrupção é um problema grave no seu país, e quase metade (47%) pensa que o nível de corrupção no seu país aumentou nos últimos três anos.
Em Portugal, a perceção da corrupção é ainda mais vincada, já que 97% dos inquiridos consideram-na um grave problema do país - número apenas superado pela Grécia (98%) e idêntico ao de Chipre (97%) -, e 68% pensam que os níveis de corrupção aumentaram desde 2009, data do anterior "eurobarómetro" sobre o assunto.
No extremo oposto, dinamarqueses (19%), holandeses e luxemburgueses (34%) são os europeus que menos encaram a corrupção como um problema nos respetivos países.
Políticos são os mais afetados
O inquérito revela também que a grande maioria dos portugueses considera que o fenómeno da corrupção afeta todos os níveis institucionais, tanto nas instituições nacionais (91%), como nas locais (86%) e regionais (90%).
Questionados sobre a que nível político existirão mais situações de subornos e abuso de poder, 63% dos portugueses dizem acreditar que o fenómeno afeta sobretudo os políticos a nível nacional, 52% dos responsáveis políticos a nível regional e 51% apontam o dedo à classe política a nível local.
O ceticismo dos europeus não se restringe todavia ao que se passa no seu país, já que uma grande maioria, 73%, acredita que também existe corrupção nas instituições europeias, uma ideia também particularmente enraizada em Portugal (84%, o terceiro valor mais alto, apenas atrás de austríacos e suecos).
"Constato com pesar que os resultados práticos da luta contra a corrupção na União Europeia continuam a ser insatisfatórios. Quantas vezes é preciso repetir que é urgente agir? Os europeus esperam medidas firmes dos governos nacionais. É tempo de passar à ação", comentou hoje a comissária europeia para os Assuntos Internos, Cecília Malmström.
Em Portugal, o inquérito foi conduzido pela TNS Euroteste junto de 1.035 pessoas, entre 3 e 18 de setembro de 2011, tendo no conjunto da União sido inquiridos 26.856 cidadãos.
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