domingo, 19 de fevereiro de 2012

Revelações: FELIZMENTE O “BOCHECHAS" AINDA “MEXE” - QUE CONTINUE!




Discussão gravíssima com Soares levou Sócrates a pedir ajuda externa

Público – Lusa - ontem

O antigo Presidente da República Mário Soares disse na noite de quinta-feira que José Sócrates acabou por ceder “à evidência” de ter de pedir ajuda externa, depois de com ele ter tido uma “gravíssima” discussão.

A revelação foi feita na Figueira da Foz, numa sessão de apresentação do seu livro “Um Político Assume-se”, onde Mário Soares recusou também que Sócrates tenha “fugido” do país após perder as eleições legislativas e se demitir de líder do PS.

“Tive uma discussão com ele gravíssima, porque queria que ele pedisse o apoio e ele não queria. Falei muito com ele durante muito tempo, duas horas ou três, discutimos brutalmente mas amigavelmente, eu a convencê-lo e ele a não estar convencido”, afirmou Mário Soares, na sessão promovida pelo Casino da Figueira da Foz.

Acrescentou que também o então ministro das Finanças, Teixeira dos Santos contribuiu para a decisão do Governo liderado por José Sócrates de pedir a intervenção do Fundo Monetário Internacional em Portugal.

“Depois o ministro das Finanças também interveio mais tarde e ele [José Sócrates] acabou por ter de ceder, perante a evidência das coisas”, frisou.

Recusou que Sócrates tenha “fugido” do país, após perder as eleições legislativas e se demitir de líder do PS: “Não fugiu nada, coitado, não podia era continuar ali. Foi atacado por toda a gente da pior maneira”, argumentou Mário Soares na sessão moderada pela jornalista Cândida Pinto.

“É preciso ter uma coragem muito grande para aguentar o que ele aguentou”, acrescentou, argumentando que José Sócrates “fez bem” em se demitir e ter ido para França.

Já sobre a actual liderança do Partido Socialista, Mário Soares disse que António José Seguro “tem conduzido bem o partido, com muita competência e, sobretudo, com muita prudência”.

Sócrates tem "memória doce" de discussão "gravíssima" com Soares

Leonete Botelho – Público – hoje

O ex-Presidente revelou ter tido uma conversa "brutal" com o ex-primeiro-ministro dias antes de este se render "à evidência" de ter de pedir ajuda externa.

Para Mário Soares, foi "uma discussão gravíssima". Para José Sócrates, uma conversa que lhe deixou "memórias doces", como todas as outras que tem tido com o ex-Presidente. Grave era apenas o assunto da troca de argumentos: o futuro do país, assegurou ao PÚBLICO fonte próxima do ex-primeiro-ministro.

Mário Soares revelou quinta-feira à noite, na Figueira da Foz, que José Sócrates acabou por ceder "à evidência" de ter de pedir ajuda externa, depois de com ele ter tido uma "gravíssima" discussão. Numa apresentação do seu livro Um político assume-se, Soares revelou aquela troca de argumentos nestes termos, citado pela Lusa: "Tive uma discussão com ele gravíssima, porque queria que ele pedisse o apoio e ele não queria. Falei muito com ele, durante muito tempo, duas horas ou três, discutimos brutalmente, mas amigavelmente, eu a convencê-lo e ele a não estar convencido", afirmou.

Acrescentou que também o então ministro das Finanças Teixeira dos Santos contribuiu para a decisão do Governo liderado por José Sócrates de pedir a intervenção do Fundo Monetário Internacional em Portugal. "Depois, o ministro das Finanças também interveio mais tarde e ele [Sócrates] acabou por ter de ceder, perante a evidência das coisas", frisou.

Da parte de José Sócrates, não há memória de uma discussão brutal, no sentido de ter havido gritos, mas sim de uma acesa troca de argumentos sobre o que estava em causa. Sócrates - afirma a mesma fonte - defendeu nessa discussão aquilo que sempre tinha dito e continua a dizer: que pedir ajuda externa era um "erro evidente" que colocaria Portugal "numa situação de dependência e ostracismo". E acrescenta, em nome do ex-primeiro-ministro: "Vemos hoje tudo o que perdemos por ter pedido ajuda externa: níveis de desemprego, de falências, ratings da República, dos bancos: quantos anos vamos demorar a regressar aos níveis de há um ano?"

Sobre as conversas e os conselhos que recebeu de Mário Soares ao longo do tempo, a mesma fonte recorda em particular um episódio ocorrido pouco depois do discurso de Cavaco Silva na tomada de posse do seu segundo mandato, a 9 de Março de 2011. Nessa altura, o ex-Presidente enviou a José Sócrates um recado urgente, através de Almeida Santos, dizendo que devia demitir-se. Mas o ex-primeiro-ministro fez então o que sempre fazia: ouvia e depois não seguia o conselho, porque não estava de acordo.

Sócrates demitiu-se mais tarde, a 23 de Março, depois do "chumbo" do PEC IV no Parlamento, e depois de perder as eleições de 5 de Junho foi para Paris. Questionado na Figueira da Foz sobre se Sócrates tenha "fugido" do país, Soares defende-o: "Não fugiu nada, coitado, não podia era continuar ali. Foi atacado por toda a gente da pior maneira". "É preciso ter uma coragem muito grande para aguentar o que ele aguentou", acrescentou, argumentando que José Sócrates "fez bem" em se demitir e ter ido para França.

*Título PG

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