sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

SERVIR O ESTADO SEM RECIPROCIDADE



Rosa Maria da Oliveira

Eduardo Giannetti, economista e cientista social: “No caso brasileiro, a sociedade foi uma invenção do Estado português; tivemos Estado antes de ter sociedade e até hoje a relação ainda parece ser essa: a sociedade serve ao Estado e não o Estado serve à sociedade.”

Li esta frase, e achei que fazia sentido. Não existirá uma forma de inverter isto??!! Seguramente que sim.

O Estado deveria servir a sociedade com toda a transparência e dedicação ao seu Povo. Assim deveria ser. Assim pode ser, basta querer!

Também sinto isto, servimos o Estado, sem a reciprocidade necessária, e cada vez mais nos sentimos inseguros e escravos de um sistema que nos suga até aos ossos.

Um sistema que nos priva dos direitos conquistados durante décadas, que nos obriga a servir sem dignidade, como se meros escravos fossemos; que nos obriga a dar cada vez mais, a receber cada vez menos, reduzindo os nossos rendimentos (reformas, salários, etc.), e aumentando, sem pudor as taxas na saúde e na educação, sem nos darem as contrapartidas a que teríamos direito.

A busca da autorrealização pessoal e do bem-estar comum é uma “missão impossível”, quando nos sentimos cada vez mais sufocados com contas que crescem e com impostos assustadores a pagar, impostos sobre tudo o que se compre e tudo o que se faz.

Ao mesmo tempo vemos o salário reduzido a olhos vistos, e a perspectiva de não recebermos (alguns) o subsídio de férias e de Natal, os quais eram um pequeno alívio, mas sobretudo, um benefício por direito. Será que este grande sacrifício, que muitos não conseguirão aguentar, irá resolver alguma coisa??!!

A rotina profissional já não trás o prazer de outrora, pois reina a insegurança e o stress psicológico. Perante tal frustração, vemo-nos num abismo humano sem precedentes... só nos restando ganhar asas e voar… mas até para voar, há que curar as asas feridas, ou mesmo criar novas asas.

Eu, pessoalmente, sinto-me frustrada, acorrentada, sabendo que podia voar… mas que tenho de curar as asas, ou mesmo criar novas asas… para ter a força do impulso que me eleve acima desta crueldade toda…

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