Treze candidatos começam hoje a campanha para as presidenciais de 17 de março

MSE – Lusa

Díli, 29 fev (Lusa) - Treze candidatos iniciam hoje a campanha eleitoral para as terceiras eleições presidenciais de Timor-Leste, a 17 de março, num ano em que o país comemora o décimo aniversário da restauração da independência e termina a missão da ONU em Díli.

As primeiras presidenciais foram realizadas em abril de 2002 e apenas participaram dois candidatos: Xanana Gusmão, que foi eleito chefe de Estado, e Francisco Xavier do Amaral, primeiro chefe de Estado, em 1975, mas apenas por nove dias, antes da invasão da Indonésia, e que se encontra hospitalizado.

O estado de saúde do líder da Associação Social Democrata, de quase 80 anos, que se apresenta a votos pela terceira vez, é visto com apreensão pelas outras candidaturas, já que a lei prevê que em caso incapacidade de um candidato o processo eleitoral é reaberto e marcada nova data para a votação.

A grande surpresa para as eleições presidenciais de 2012 é a participação do general Taur Matan Ruak, que no final de agosto apresentou a demissão do cargo da chefia das Forças Armadas do país, e cuja candidatura será apoiada pelo Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT).

O CNRT, do atual primeiro-ministro do país, Xanana Gusmão, apoiou em 2007 o atual Presidente José Ramos-Horta, que apenas anunciou ser candidato às eleições de 2012 no final de janeiro.

A Fretilin anunciou o seu apoio ao candidato Francisco Lu Olo Guterres, depois de este ter sido reconduzido presidente do partido em agosto passado e que concorre pela terceira vez ao lugar.

Outro repetente nas presidenciais é o líder do Partido Democrático e presidente do parlamento, Fernando La Sama Araújo, que na última votação, há cinco anos, ficou muito perto de um acesso à segunda volta, ficando porém atrás de José Ramos-Horta, que se tornou Presidente no duelo final com Lu Olo.

Rogério Lobato, irmão de Nicolau Lobato - herói nacionalista timorense - e antigo ministro do Interior demitido em 2006 em resultado de uma crise política e de segurança no país e condenado em 2007 a sete anos e meio de prisão, também anunciou em novembro que vai participar nas eleições presidenciais.

As candidaturas femininas aumentaram para duas em relação a 2007, onde só participou a atual ministra da Justiça, Lúcia Lobato.

Para a eleição de 17 de março, concorrem Angelita Pires, antiga companheira do major Alfredo Reinado, que morreu no ataque contra o atual Presidente José Ramos-Horta em 2008, e Maria do Céu Silva Lopes, fundador da organização Aid Timor.

Francisco Gomes, do partido Liberta Povo Aileba (PLPA, fundado em outubro de 2010), Lucas da Costa, reitor da Universidade da Paz, Abílio Araújo, antigo representante da Fretilin na Europa, e o atual vice-primeiro-ministro e presidente da Frente-Mudança, José Luís Guterres, apresentam-se pela primeira vez ao escrutínio.

Além de Francisco Xavier do Amaral e de Fernando La Sama de Araújo, Manuel Tilman volta a apresentar-se às presidenciais depois de todos eles se terem estreado em 2007.

No dia 17 de março vão votar 628.454 eleitores timorenses, que aumentaram em relação a 2007, quando eram 539.439.

Segundo o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, Díli é o distrito com maior número de eleitores (123.883), seguido de Baucau (72.899) e de Ermera (64.191).

Caso não seja apurado nenhum vencedor do escrutínio, uma segunda volta deverá ser realizada na terceira semana de abril.

Timor-Leste realiza as terceiras eleições presidenciais quando o país também se preparar para celebrar o décimo aniversário da restauração da independência, proclamada a 20 de maio de 2002.

Para este ano também está previsto o final da Missão Integrada das Nações Unidas do país, cuja extensão do mandato foi aprovada no passado dia 23 pelo Conselho de Segurança da ONU até final de dezembro.

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