domingo, 12 de fevereiro de 2012

Votação do novo acordo com a troika confirmado para hoje no Parlamento grego




Pedro Caldeira Rodrigues, enviado da Agência Lusa

Atenas, 12 fev (Lusa) - A discussão e votação no Parlamento do novo acordo com a troika internacional, que envolve um empréstimo de 130 mil milhões de euros à Grécia e acompanhado por duras medidas de austeridade, está confirmada para hoje, disse à Lusa uma fonte governamental.

"O acordo tem de ser aprovado no domingo, o ministro das Finanças [Evangelos Venizelos] parte quase de seguida para Bruxelas onde vai confirmar o acordo na reunião do Eurogrupo que decorre na quarta-feira", acrescentou o mesmo responsável.

Apesar das cinco recentes deserções no governo de coligação de Lucas Papademos, em particular os três vice-ministros do LAOS (direita nacionalista) e das declarações contra o acordo, públicas ou privadas, de algumas dezenas de deputados do PASOK e da Nova Democracia (conservadores), "permanecem as condições para garantir uma maioria parlamentar", assegurou ainda o responsável oficial.

Na sexta-feira, o chefe do LAOS, Georgios Karatzaferis, considerou que a Grécia estava a ser humilhada pela Alemanha, voltou a apelar ao "orgulho nacional" e anunciou que os seus 15 deputados não vão apoiar as medidas de austeridade.

Os ministros das Finanças da zona euro, reunidos na quinta-feira em Bruxelas, decidiram que a Grécia só poderá receber o segundo resgate após a aprovação pelo Parlamento das medidas de austeridade e apelaram a Atenas para um corte suplementar nas despesas de 325 milhões de euros para que o país cumpra o objetivo do défice.

Até 20 de março, a Grécia precisa ainda de 14,4 mil milhões de euros para as obrigações do Estado que atingem a data de maturidade e terão de ser amortizadas.

O novo plano de austeridade prevê, entre outras medidas, o despedimento de 15.000 funcionários públicos até ao final do ano (150.000 até 2015), uma redução de 22 por cento do salário mínimo, que deverá situar-se perto dos 500 euros, e a liberalização das leis laborais.

As negociações entre os responsáveis gregos e os diversos credores garantem ainda a omissão de 100 mil milhões de euros, assumidos pela banca privada internacional e pelos fundos de segurança social públicos e privados, que foram forçados a investir a sua reserva de capital nas obrigações gregas.

As duas principais confederações sindicais responderam ao anúncio das medidas com a convocação de uma greve geral de 48 horas, concluída no sábado, enquanto para hoje está prevista uma grande manifestação frente ao Parlamento durante a discussão e votação do novo plano de resgate.

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