Em São Paulo, a manifestação do Dia Internacional da Mulher valorizou a luta contra o sistema patriarcal, que afeta principalmente as mulheres pobres. Entre vários temas, os cerca de 4 mil ativistas lembraram do massacre em Pinheirinho.
O ato, realizado na tarde desta quinta-feira (8), saiu em passeata pelas principais vias da capital paulista. As mulheres exigiram igualdade de salários, licença-maternidade de 180 dias, mais creches, a legalização do aborto, entre outras reivindicações.
Faixas, palavras de ordem e intervenções culturais pediam pelo fim da violência doméstica e comemoravam o rigor da Lei Maria da Penha. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela aceitação da denúncia de agressão pelo Ministério Público mesmo sem denúncia formal da mulher agredida.
O ato público contou com a presença das centrais sindicais, partidos políticos, organizações e movimentos sociais. O massacre cometido em Pinheirinho, em São José dos Campos, mereceu destaque durante os protestos do 8 de março. Em maioria na ocupação, as mulheres foram humilhadas durante a expulsão dos moradores do terreno.
Casos de estupros por parte de oficiais da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), tropa da Polícia Militar, estão sendo investigados pelo Ministério Públicos de São Paulo. O governo estadual de Geraldo Alckmin (PSDB) foi responsabilizado por atacar os direitos humanos em São Paulo, inclusive o de ter acesso à moradia digna.
Camila Lisboa, do Movimento Movimento Mulheres em Luta e da central sindical Conlutas, também criticou a presidenta Dilma Rousseff por não “demostrar o poder de seu cargo” em relação à ocupação Pinheirinho. Além disso, criticou a recente Medida Provisória 557, de 2011, que cria o Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e Puérpera para Prevenção da Mortalidade Materna.
Movimentos feministas afirmam que a proposta é um retrocesso nos direitos sexuais e reprodutivos, ressaltando que o texto vai contra a possibilidade da mulher decidir sobre sua gravidez.(pulsar)
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