Liberal
Enquanto na Suécia uma deputada é penalizada por mentir aos eleitores; em Cabo Verde os tribunais nada podem fazer por causa da imunidade dos políticos. É o caso de Sidónio Monteiro, acusado de emitir atestados médicos falsos e que, cobardemente, se vai furtando à acção da Justiça
Cabo Verde no que respeita ao sistema político. Enquanto neste país do norte da Europa a transparência é tónica da prática política, onde autarcas, deputados e membros do governo estão, de facto, ao serviço do bem comum; em Cabo Verde estar na política é a forma segura de promover a ascensão social e o enriquecimento ilícito.
Como ontem dizíamos, por comprar um chocolate com o cartão de débito do governo, a antiga vice primeira-ministra Mona Shalin foi demitida; por cá, o primeiro-ministro deita mão a um terreno do Estado, recebe uma casa como prenda de um empresário e utiliza dinheiros públicos para socorrer uma “amiga especial” e nada lhe acontece. A 26ª democracia do mundo, para além da classificação internacional, tem um longo caminho a percorrer até que boas práticas de exercício político possam ser alcançadas.
IMUNIDADE ACOBERTA CRIMINOSOS
Na Suécia nenhum político beneficia de imunidade, nem os membros do governo nem os deputados se refugiam por detrás desse expediente que se traduz em impunidade. Em Cabo Verde os tribunais andam atrás dos acusados criminalmente, como é o caso de Sidónio Monteiro, acusado de ter passado atestados falsos nas eleições presidenciais de 2001 em que o seu candidato ganhou por uma diferença menor à dos atestados médicos emitidos fraudulentamente. Entre o governo e o parlamento, Sidónio, cobardemente, tem-se livrado das malhas da Lei, enquanto os seus cúmplices no crime de fraude eleitoral já foram julgados, condenados e cumpriram penas de prisão.
Na Suécia, são os próprios eleitores que punem os políticos apanhados em falso. Ficou célebre o caso de uma deputada que exortava publicamente ao uso de transporte público e de bicicleta para proteger o ambiente e que, entretanto, usava mais o táxi que qualquer cidadão comum. O escândalo – porque na Suécia os políticos não podem mentir – impediu a sua reeleição.
Na Suécia, os deputados ganham apenas o dobro de um professor do ensino básico, não têm subsídios de deslocação e apenas lhe são pagas as viagens oficiais. Em Cabo Verde os deputados promovem os seus próprios aumentos e clamam cada vez mais dinheiro aos cofres do Estado, beneficiando de gordas mordomias que contrastam com as precárias condições de vida dos seus eleitores.
Enquanto na Suécia é uma honra representar o povo; em Cabo Verde ser deputado é um benefício.
Veja a reportagem neste linck: http://www.youtube.com/watch?v=5mLSS7ZUGVk
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