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O deputado socialista José Lello disse, esta sexta-feira, que as acusações de falta de lealdade institucional do Presidente da República ao ex-primeiro-ministro são "mais um episódio" de um Chefe de Estado "instável" que, "se não estiver bem que se trate".
"É mais um episódio de um Presidente errático, que está longe de demonstrar fiabilidade para a função. Percebo em parte as suas angústias existenciais, quando ele apresenta esta atoarda no momento em que na Assembleia surge a inusitada circunstância de 40 mil cidadãos subscreverem uma petição exigindo a sua demissão", afirmou José Lello à Lusa.
"Penso que o Presidente está instável, não está bem, mas se não estiver bem, que se trate", disse.
Lello devolve a Cavaco Silva a acusação de falta de lealdade institucional, patente em episódios, lembrou, como o discurso de tomada de posse e as alegadas escutas a Belém.
"A falta de lealdade institucional começou logo com o Presidente no mandato antecedente. Toda a gente se recorda a vergonha que foi os membros mais diretos da sua própria confiança o que tentaram fazer em relação ao PS, levantando atoardas relativamente a espionagem", disse.
José Lello sublinhou que "a lealdade institucional tem que ter um duplo sentido".
No prefácio do livro "Roteiros VI", que reúne as suas principais intervenções públicas, Cavaco Silva tece várias considerações sobre a postura do ex-primeiro-ministro José Sócrates, criticando não ter sido "previamente informado sobre o conteúdo ou sequer da existência do 'PEC IV'" tendo por isso ficado "impedido de exercer a sua magistratura de influência com vista a evitar o deflagrar de uma crise política".
No texto, Cavaco Silva lembra o pedido de demissão do então primeiro-ministro por falta de condições políticas, na sequência do chumbo do 'PEC IV' no Parlamento, e o facto de não existir "qualquer hipótese de constituir um Governo alternativo com o mínimo de solidez e consistência", com todos os partidos da oposição a rejeitarem "liminarmente" a possibilidade de integrarem um Executivo com o PS liderado por José Sócrates e os próprios socialistas a não manifestarem "interesse genuíno na formação de um Governo de coligação".
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Opinião Página Global
Parece mais que evidente que o Partido Socialista – dito socialista – ou este seu José Lello não estão isentos de responsabilidades da má condução do país até ao descalabro atual, antes pelo contrário. O PS, em parceria com o PSD e com o CDS vieram conduzindo Portugal para a miséria atual salvaguardando-se a eles próprios e quase em exclusivo com benesses escandalosas, imorais, que lhes assegura uma boa vida. A eles, a alguns dos seus familiares, aos lobies que os apoiaram ou apoiam, aos seus clientelismos, a amigos.
Mas José Lello tem alguma razão naquilo que diz mais em cima. Sintetizando: O pior PR de Portugal de Abril devia de ter vergonha e demitir-se devido ao seu mau desempenho no cargo. Está à vista de todos e os portugueses já assim viram e não há volta a dar, por mais livros que Cavaco Silva escreva. Já demonstrou que é um PR muito distante dos interesses da nação e do povo português. Isso não é o bastante para ter a decência de se demitir, de renunciar ao cargo? As fantochadas já atingiram o ponto de saturação, de Cavaco ou de Lello. Que José Lello também se trate. Estamos fartos. (Redação PG - CT)
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