Uma pena que estejamos ainda com uma agenda inútil, marcada por ressentimentos. Quando, na verdade, se deveria estar unindo o país na luta pela consolidação da estabilidade na economia, com investimentos urgentes na infraestrutura, na educação e na saúde. Sem falar na segurança pública.
Claro que esses temas na pauta dos ressentidos estão todos relacionados ao revanchismo, a tentativa de se reescrever a história recente do Brasil. Mas temos uma anistia com 35 anos, ampla, geral e irrestrita, como pedida. Depois, é claro que os anistiados eram, na sua maioria, pessoas ligadas ao comunismo internacional, com passagem por Cuba e pelo Chile de Allende. Não queriam trocar o autoritarismo militar com apoio popular pelo liberalismo. Queriam mesmo uma ditadura comunista. Não vamos cobrar estes equívocos, mas também não podemos aceitar o discurso de coitadinhos, milhares já pagos em dinheiro pelas suas opções do passado, que está ficando até chato. A anistia perdoou até quem matou e confessou em livros e entrevistas.
Houve vítimas nos dois lados. Ponto final.
Todos os presidentes desde Sarney só podem elogiar a postura correta e discreta dos nossos militares. Muitos são até incompreendidos pelos companheiros devido a tolerância com as investidas desse verdadeiro sindicato da mentira e do ódio a martelar infâmias contra a corporação.
Temos uma agenda pela frente, uma oportunidade, mais uma, de construirmos a grande nação sonhada por Tiradentes. Podemos ter um povo unido e não dividido. Devemos pregar a fraternidade e não dar vazão aos ressentimentos. Afinal, a democracia está aí, foi concedida pela abertura proporcionada pelos próprios militares.
Outra coisa a ser observada é que aqueles que participaram daqueles anos, a minha geração, é minoria na população do Brasil. E a formação do povo é de sentido pacífico e cordial. A chegada ao poder com Lula foi pelo carisma dele e pela rejeição a seu oponente, no primeiro mandato, e a seu bom senso, no segundo. A eleição da presidente Dilma foi também pela rejeição ao outro candidato, da mesma origem ideológica. Foi até presidente da UNE e orador no comício de João Goulart? Mais graduado, portanto. E ainda ao fato de ela ter demonstrado competência gerencial.
Agora, a presidente vive pressionada pela turma do passado, do revanchismo, que em nada pode contribuir para o sucesso de sua passagem pelo Palácio do Planalto. Pelo contrário. Muitos aparecem por aí, envolvidos em casos de corrupção e de afronta a maioria cristã da população. E a base aliada é conservadora. E reage a teses surradas, que o povo não concorda.
*Aristóteles Drummond, jornalista, é vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro.
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