Público - Lusa
O ex-Presidente da República Mário Soares elogiou nesta segunda-feira a recusa do primeiro-ministro de Espanha, Mariano Rajoy, em cumprir as metas do défice este ano e sustentou que os países europeus, incluindo Portugal, pagaram a reunificação alemã.
Mário Soares falava numa conferência promovida pelo deputado do CDS Ribeiro e Castro, com o tema “A Europa numa encruzilhada”, numa sessão dedicada à memória do antigo presidente do CDS e eurodeputado democrata-cristão Francisco Lucas Pires.
“[Mariano] Rajoy fez aquilo que devia”, concluiu Mário Soares, numa alusão às afirmações do primeiro-ministro de Espanha de que este ano, em conjuntura de crise, o seu país não cumprirá a meta de redução do défice para 4,5 por cento.
“Mariano Rajoy pensou e bem que, se fizer isso [reduzir o défice com políticas de austeridade], acontece uma desgraça. Não sei o que o nosso Governo [português] vai fazer, mas ficamos à espera”, disse, num recado ao executivo de Pedro Passos Coelho.
Na sua intervenção, o ex-Presidente da República considerou que os membros da ‘troika’ (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) não podem ser encarados como aliados.
“A ‘troika’ é usurária e está aqui para cobrar juros altíssimos”, disse.
Além do ataque à estratégia de austeridade da ‘troika’, Mário Soares fez duas críticas à chanceler germânica Angela Merkel e defendeu que a Alemanha está agora a ser mal agradecida em relação ao conjunto dos países europeus.
Segundo Soares, países como a Grécia, após a II Guerra Mundial, perdoaram à Alemanha as indemnizações, ajudando à sua reconstrução. Depois, na sequência da queda do muro de Berlim, em 1989, os países europeus, incluindo Portugal, “pagaram” a reunificação alemã.
“Quem pagou a unidade alemã fomos todos nós e agora a Alemanha começa a discutir connosco se somos preguiçosos e atreve-se a dizer que um país como a Grécia, que inventou a filosofia e a democracia, é de preguiçosos e que eles é que são alguma coisa? Eles [da Alemanha], que são um país do século XIX, mandam-nos uns senhores da ‘troika’ a impor austeridade e mais austeridade”, observou o ex-chefe de Estado em tom indignado.
Soares mostrou-se depois “perplexo” por o resto dos dirigentes europeus não serem capazes de “dizer não” à chefe de Governo da Alemanha.
“Isto é uma coisa inédita, porque perdeu-se a solidariedade e a igualdade entre os países e perderam-se todos os critérios que estavam a fazer avançar a Europa. A culpa é fundamentalmente da senhora Merkel, mas também do senhor Sarkozy [presidente da França]”, sustentou Mário Soares.
“[Mariano] Rajoy fez aquilo que devia”, concluiu Mário Soares, numa alusão às afirmações do primeiro-ministro de Espanha de que este ano, em conjuntura de crise, o seu país não cumprirá a meta de redução do défice para 4,5 por cento.
“Mariano Rajoy pensou e bem que, se fizer isso [reduzir o défice com políticas de austeridade], acontece uma desgraça. Não sei o que o nosso Governo [português] vai fazer, mas ficamos à espera”, disse, num recado ao executivo de Pedro Passos Coelho.
Na sua intervenção, o ex-Presidente da República considerou que os membros da ‘troika’ (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) não podem ser encarados como aliados.
“A ‘troika’ é usurária e está aqui para cobrar juros altíssimos”, disse.
Além do ataque à estratégia de austeridade da ‘troika’, Mário Soares fez duas críticas à chanceler germânica Angela Merkel e defendeu que a Alemanha está agora a ser mal agradecida em relação ao conjunto dos países europeus.
Segundo Soares, países como a Grécia, após a II Guerra Mundial, perdoaram à Alemanha as indemnizações, ajudando à sua reconstrução. Depois, na sequência da queda do muro de Berlim, em 1989, os países europeus, incluindo Portugal, “pagaram” a reunificação alemã.
“Quem pagou a unidade alemã fomos todos nós e agora a Alemanha começa a discutir connosco se somos preguiçosos e atreve-se a dizer que um país como a Grécia, que inventou a filosofia e a democracia, é de preguiçosos e que eles é que são alguma coisa? Eles [da Alemanha], que são um país do século XIX, mandam-nos uns senhores da ‘troika’ a impor austeridade e mais austeridade”, observou o ex-chefe de Estado em tom indignado.
Soares mostrou-se depois “perplexo” por o resto dos dirigentes europeus não serem capazes de “dizer não” à chefe de Governo da Alemanha.
“Isto é uma coisa inédita, porque perdeu-se a solidariedade e a igualdade entre os países e perderam-se todos os critérios que estavam a fazer avançar a Europa. A culpa é fundamentalmente da senhora Merkel, mas também do senhor Sarkozy [presidente da França]”, sustentou Mário Soares.
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