quarta-feira, 14 de março de 2012

FRANÇA PREPARA-SE PARA REELEGER O PRESIDENTE RACISTA SARKOSY?




Polémica da “raça” marca presidenciais francesas

António Carneiro, RTP

Depois do tema da imigração clandestina é agora a ideia de raça que está a despertar paixões na corrida para as presidenciais em França. O presidente-candidato Nicholas Sarkozy considerou hoje “ridícula” a ideia do seu principal adversário, François Hollande, que tinha proposto abolir as referências à palavra “raça” na Constituição Francesa.

Durante a campanha eleitoral, o conservador Sarkozy tem vindo a piscar o olho ao eleitorado mais à direita, afirmando que há “demasiados estrangeiros em França” e ameaçando retirar o país do espaço europeu de livre circulação se a União Europeia não fortalecer as suas fronteiras externas contra a imigração ilegal.

“O ridículo ultrapassa todas as medidas” afirmou o presidente cessante numa entrevista à rádio Europe 1 em que reagia às declarações do candidato socialista.

Sarkozy: "Constituição é um texto sagrado"

“A palavra raça está no preâmbulo da constituição de 1946 que é um texto sagrado (…) redigido pelos resistentes. Pessoas saídas da guerra que disseram que jamais deveria voltar a haver racismo “ disse.

“No dia em que se suprimir a palavra racismo será que se terá suprimido a ideia? “ Enfim, é absurdo”, concluiu Sarkozy.

No passado sábado, durante um comício dedicado ao ultramar, François Hollande anunciou que se for eleito, “pedirá ao parlamento para suprimir a palavra raça da Constituição”.
"Hollande: " A República não teme a diversidade"

“A República não teme a diversidade, porque a diversidade representa o movimento, representa a vida. Diversidade dos percursos, de origens e cores, mas não a diversidade das raças” disse o candidato socialista, que as sondagens apontam como favorito à vitória numa segunda volta das eleições presidenciais.

“A França é porosa a todos os sopros do mundo” concluiu Hollande, citando um verso do poeta Aimé Cesaire, natural da Martinica.

As últimas sondagens parecem demonstrar que a colagem de Nicholas Sarkozy aos temas tradicionais da extrema-direita lhe está a render alguns dividendos, pois pela primeira vez, o candidato conservador surgiu ligeiramente à frente de Hollande nas intenções de voto para a primeira volta.

Sondagens continuam a penalizar Sarkozy numa segunda volta

Apesar disso, as mesmas sondagens continuam a prever uma pesada derrota para o atual presidente numa segunda volta face a François Hollande.

A somar a isso o facto de Marine Le Pen, dirigente do partido de extrema direita Frente Nacional, ter anunciado que também se candidatará às presidenciais, o que poderá voltar a roubar a Sarzkoy os votos que já tinha angariado junto do eleitorado nacionalista.

*Título PG

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