quinta-feira, 15 de março de 2012

Governo avisa que não irá tolerar violência ou desacatos durante escrutínio de domingo



MB - Lusa

Bissau, 14 mar (Lusa) - O ministro do Interior da Guiné-Bissau, Fernando Gomes, avisou hoje que o Governo não irá tolerar cenas de violência ou desacatos que possam perturbar as eleições presidenciais de domingo.

Fernando Gomes fez esta chamada de atenção quando falava aos jornalistas depois de ter recebido um membro da embaixada dos Estados Unidos da América, residente em Dacar, responsável por coordenar a cooperação com a Guiné-Bissau, que quis inteirar-se sobre o andamento do processo eleitoral.

Russel Hanks, que tem mantido encontros com diversas instituições estatais guineenses e da comunidade internacional, quis saber junto do ministro do Interior o que está ser feito para garantir a segurança a votação de domingo.

"Ele quis saber o que temos a dizer sobre os boatos que circulam aqui e acolá sobre eventuais problemas que possam ocorrer depois da votação. Disse-lhe que sim, ouvimos também esses boatos. Estamos preocupados, mas o Governo, através das instituições competentes, tem estado a tomar as medidas adequadas para que tudo corra na normalidade", afirmou Fernando Gomes.

De acordo com o governante, já está no terreno uma força conjunta composta por polícias e militares para garantir a normalidade no período eleitoral.

Por seu lado, o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Desejado Lima da Costa, que também se mostra confiante na segurança do processo, disse à agência Lusa que essa força é composta por mais de três mil elementos.

Segundo o ministro do Interior guineense, a comunidade internacional "está preocupada" e quer que tudo decorra dentro das normas democráticas, uma preocupação que Fernando Gomes diz ser também das autoridades do país.

"Para a comunidade internacional e para nós também, quem ganhar é quem ira assumir o poder. Aliás é isso a regra da democracia. Não pode haver um vencedor que não seja através da vontade popular", notou.

"A comunidade internacional está muito atenta para ver como se vão desenrolar as coisas. A vontade popular tem que imperar aqui. Vimos o exemplo da Costa do Marfim. Não pode haver nenhuma força, ou pessoa, que possa fazer assumir o poder quem de facto não mereceu a confiança do povo", avisou Fernando Gomes.

"Quer dizer se o Joaquim for eleito alguém ou uma força qualquer pode fazer com que seja o Alberto a assumir o poder. Isso está fora de questão", acrescentou.

O ministro do Interior disse ainda estar mais tranquilo depois da conversa que teve com o responsável da embaixada norte-americana.

"Estou confortado quando faço essa declaração. Atos de violência não podem acontecer", sublinhou Fernando Gomes.

Sobre a presença de uma fragata americana ao largo da costa da Guiné-Bissau, o ministro disse que não pode confirmar essa informação, mas referiu que o próprio responsável norte-americano não confirma nem desmente essa informação.

"Ele lembrou que é normal que haja navios de guerra nas águas internacionais, seja perto da Guiné-Bissau ou doutros países", vincou o governante guineense, referindo-se às notícias postas a circular nos últimos dias na Guiné-Bissau que indicam uma alegada presença de vasos de guerra norte-americanos perto das águas territoriais guineenses.

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