Mussá Baldé, da Agência Lusa
Bissau, 11 mar (Lusa) - Líderes religiosos da Guiné-Bissau apelaram hoje ao civismo dos eleitores e exortaram os candidatos às eleições presidenciais do próximo dia 18 a apresentar projetos concretos que possam levar o país para frente.
A agência Lusa ouviu as mesmas preocupações na conversa que teve com o imã Infali Coté (comunidade islâmica), com o pastor José Augusto Bedsley (Igreja Evangélica) e com o frei José (Igreja católica). Todos se mostram preocupados com o futuro do país a partir das eleições do dia 18.
"A minha expetativa é de que haja a paz e a justiça para que possamos falar na reconciliação. Temos de aproveitar (estas eleições) para melhorar a imagem do nosso país e fazer tudo para não comprometer o bom-nome do país e dos filhos da Guiné-Bissau", disse o frei José.
A mesma preocupação foi referida pelo imã Infali Coté, da comunidade muçulmana, para quem a democracia "é para toda gente", pelo que deve ser aproveitada para "cada um dizer o que pensa sobre o país".
"Na nossa perceção, a democracia é para toda a gente. Isto é, um candidato deve mostrar aos eleitores o seu projeto com o qual vai tentar pedir votos, se a população acreditar nele, vota no seu projeto, mas se ele não cumprir com o que prometeu, da próxima vez não terá voto da população. É isso a democracia", enfatizou o imã da mesquita de Gã Coté, uma das mais antigas de Bissau.
"Pedimos aos guineenses em geral, mas aos políticos em especial, para que façam tudo para que esta campanha seja ordeira e esclarecedora, para que o povo possa escolher de forma livre aquele que tiver melhor projeto para o país", exortou ainda o imã Coté.
O pastor José Augusto Bedsley também apela aos candidatos para que falem dos seus projetos, lembrando-lhes que "o mundo tem os olhos em cima da Guiné-Bissau" perante o que diz ser "mais um teste" para o país.
"O concerto das Nações espera de nós a maturidade e a responsabilidade perante mais este teste", indicou o pastor Augusto, criticando, contudo, a mensagem que tem sido transmitida pelos candidatos nestes dias da campanha eleitoral.
"A mensagem não tem sido aquela que nós esperávamos ouvir. Há muita acusação de índole pessoal quando o povo esperava ouvir projetos concretos. Isso não é nada bom", frisou o pastor, pedindo aos candidatos para que corrijam esse comportamento.
"Às vezes, há gente que pensa que uma eleição é para ele atingir os seus fins políticos, mas na realidade uma eleição é um marco importante para toda a Nação", defendeu José Augusto.
A Guiné-Bissau vai a votos no próximo dia 18, para escolher o próximo Presidente da República, depois da morte por doença do Presidente eleito em 2009, Malam Bacai Sanhá.
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