quinta-feira, 15 de março de 2012

Guiné-Bissau/Eleições: Kumba Ialá garante que vai ganhar à primeira volta



Fernando Peixeiro, da Agência Lusa

Bissau, 15 mar (Lusa) - Kumba Ialá, candidato a Presidente da Guiné-Bissau nas eleições de domingo, afirma que vai ganhar o escrutínio logo à primeira volta e promete "reconciliar as pessoas".

Em entrevista à Agência Lusa, o candidato apelida de "feliz" a campanha para as presidenciais e garante que a sua candidatura "dominou em todo o país".

"Pelos vistos não temos nenhum adversário capaz de nos suportar nesta primeira fase. Estou convicto na vitória logo na primeira fase. No próximo domingo serei eleito Presidente da República", afirma o candidato, com grande convicção.

Kumba Ialá aparece nestas eleições como candidato independente por uma questão formal, mas que tem o apoio do PRS (Partido da Renovação Social), do qual foi fundador e é presidente.

Caso a sua convicção se traduza em votos e ganhe de facto as eleições, diz que como Presidente pretende dar "prioridade absoluta" à paz e estabilidade do país, "condições absolutamente indispensáveis para o desenvolvimento".

"Queremos ultrapassar os atrasos do passado, esquecer o mal que foi feito e apelar a todos os cidadãos para, em conjunto, favorecermos o desenvolvimento do país, porque isso é indispensável", até para conseguir apoio da comunidade internacional, promete.

Caso ocupe a cadeira presidencial, diz, vai dedicar especial atenção ao setor da saúde. Porque um país com cidadãos doentes não pode assegurar setores fundamentais como a agricultura, a pesca, a indústria ou o comércio, justifica.

A saúde mas também a justiça, que Kumba Ialá não quer que seja utilizada como punição mas sim "para reconciliar as pessoas", no sentido "da reconciliação e da estabilidade".

Recentemente, o candidato prometeu uma amnistia para todos os crimes políticos do passado, afirmando não ter rancor contra ninguém, uma ideia que reafirma, mas de forma diferente: "a amnistia faz-se com a Justiça, sem Justiça não pode haver amnistia e, porque o Presidente da República não é a pessoa que faz a Justiça, só depois dela é que o Presidente pode amnistiar ou perdoar".

Quanto à reforma das forças de defesa e segurança, iniciada pelo Governo, concorda, mas desde que "não seja de exclusão".

"Tem de ser condigna para que possamos de facto viver em paz e estabilidade. Porque uma reforma de exclusão pode criar outras dificuldades maiores. Tem de ser condigna, calma, transparente, clara", adverte.

Mas acima de tudo advoga o desenvolvimento do país, para o qual já tinha "dado um pequeno sinal" quando foi Presidente e que agora, quando for eleito, como garante que será porque não tem "adversário capaz" de o enfrentar, quer continuar "com o apoio de todos os cidadãos".

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