Kumba Ialá quer mudara capital da Guiné-Bissau se for eleito presidente

Sara Sanz Pinto – i online

Cerca de 570 mil eleitores vão escolher amanhã o sucessor na presidência de Malam Bacai Sanhá, que morreu em Janeiro

Caso seja eleito, Kumba Ialá – que garantiu que vai ganhar as eleições presidenciais na Guiné-Bissau à primeira volta – vai mudar a capital do país para Madina do Boé. “O país tem de ser reconstruído, vamos mudar a capital para o lugar histórico da Guiné-Bissau, Madina do Boé; a capital administrativa e dos Assuntos do Estado muda-se de Boé para Buba”, afirmou o ex-presidente que andou nos últimos dias de campanha eleitoral, que ontem terminou, no norte e leste do país.

Os eleitores guineenses, cerca de 570 mil, vão escolher amanhã quem será o sucessor de Malam Bacai Sanhá, que morreu, de doença, em Paris no dia 9 de Janeiro. Desde que a independência foi alcançada, a 24 de Setembro de 1973, nenhum presidente eleito da Guiné-Bissau cumpriu o mandato até ao fim.

Prometendo que vai restruturar as áreas da política, economia e administração assim como investir nas infra-estruturas, Kumba Ialá, de 59 anos, e cuja imagem de marca é o gorro vermelho, disse também que ia construir “a ponte de Farim e de Cuntima até Varela”.

“Quando 80% da população souber ler e escrever e tiverem os seus governos organizados, então é que esses países se desenvolvem”, sublinhou, mencionando que vai efectuar mudanças significativas na Guiné-Bissau. “O Estado tem de garantir a segurança das populações. Não podemos deixar os estrangeiros entrar até ao fundo das nossas matas para comprarem as castanhas [de caju] a um preço barato, deixando os nossos camponeses e comerciantes na pobreza”, afirmou ainda o candidato apoiado Partido da Renovação Social (PRS, na oposição).

Segundo o blogue Ditadura do Consenso, entre os nove candidatos à presidência da Guiné-Bissau, (dez, não fosse a desistência de Ibraima Afa Djaló; catorze caso o Supremo Tribunal de Justiça não tivesse barrado quatro candidaturas), Kumba Ialá é um dos favoritos ao lado do ex-primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, de 62 anos e candidato do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC, no poder), de Henrique Rosa (presidente da República de Transição de 2003 a 2005) e de Serifo Nhamadjo, dissidente do PAIGC.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, apelou ontem à calma para que as eleições, supervisionadas por cerca de 80 observadores da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da CPLP, do parlamento Britânico, entre outros, possam decorrer da melhor forma.