Económico - Lusa
A chanceler alemã e a Presidente brasileira concordaram hoje com a participação do Brasil no reforço dos fundos do Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar a zona euro, apesar das divergências existentes relativamente à política monetária.
"Desde a cimeira do G20 em Cannes (em Novembro de 2011) dizemos que estamos de acordo em participar no aumento dos meios do FMI", disse Dilma Rousseff em conferência de imprensa, após a visita à CeBIT, feira de tecnologia em Hanover (noroeste da Alemanha), na qual o Brasil é o convidado de honra deste ano.
Rousseff acrescentou que o aumento (dos fundos) deve vir acompanhado de um "reforço da participação dos países emergentes" na direcção do FMI.
Angela Merkel considerou "muito natural" o reforço da influência dos países emergentes no FMI, sublinhando que, nesse ponto, Brasil e Alemanha estão de acordo, o que não acontece quando se fala de política monetária.
A presidente brasileira repetiu os "receios face à expansão monetária nos Estados Unidos e na Europa" como um meio para lutar contra a crise da dívida, acreditando que os europeus obtêm assim uma "desvalorização artificial da moeda", que é uma desvantagem para as exportações brasileiras.
A chanceler alemã disse "compreender essas preocupações", afirmando que se trata de uma "medida temporária".
Desde o início da crise da dívida, o Banco Central Europeu (BCE) inundou os bancos da zona euro com liquidez e mantém uma taxa de crédito muito baixa, o que torna a moeda europeia menos atraente.
A chanceler alemã, por seu lado, denunciou as tentativas de resposta a esta política com o proteccionismo, uma alusão velada ao recente aumento das taxas sobre os automóveis importados no Brasil.
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