MMT - Lusa
Maputo, 17 mar (Lusa) - A Renamo acusou hoje a Frelimo, partido no poder em Moçambique, de pretender assassinar o líder do principal partido da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, numa marcha a acontecer proximamente na província de Nampula, no norte do país.
A denúncia foi feita hoje pelo secretário-geral da Renamo, Ossufo Momade, durante um encontro com dezenas de membros na delegação política em Maputo para repudiar os recentes tiroteios entre a polícia e ex-guerrilheiros desta força política em Nampula.
"Temos informações segundo as quais a Frelimo prepara um grupo de seus simpatizantes para marcharem na Rua das Flores para exigirem a retirada do presidente (Afonso) Dhlakama de Nampula. No grupo destes estarão infiltrados agentes do SISE (Serviços de Informção e Segurança do Estado)usando vestes muçulmanas e, por dentro, levando armas para assassinar o presidente Dhlakama", denuciou Ossufo Momade.
Na semana passada, as autoridades policiais atacaram e ocuparam a sede da Renamo em Nampula, onde desde dezembro estavam albergados centenas de ex-guerrilheiros da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da oposição moçambicana.
Os ex-guerrilheiros fazem parte de militantes da Renamo, alguns dos quais armados, que se haviam albergado na sede do partido em Nampula, supostamente para proteger as manifestações que ameaça realizar contra o que considera uma governação antidemocrática da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder.
Hoje, Ossufo Momade disse que, na sequência da troca de tiros entre a força anti-motim do governo e os ex-guerrilheiros da Renamo, "10 polícias perderam a vida em Nampula" e questionou as razões de a Polícia da República de Moçambique (PRM) escamotear a verdade.
As autoridades policiais moçambicanas dizem que um agente da polícia e um ex-guerrilheiro da Renamo morreram durante o tiroteio.
"Porque o governo não diz a verdade sobre o número de baixas policiais em Nampula?", questionou Ossufo Momade.
O secretário-geral da Renamo considerou que os acontecimentos de 08 de março em Nampula ocorreram porque a Frelimo pretende acabar com a democracia multipartidária no país, contudo, apelou aos militantes do principal partido da oposição do país para entender "este marco como o início da revolução em Moçambique".
"Reiteramos a nossa vontade da paz sem, no entanto, termos medo da guerra", disse Ossufo Momade.
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