Thassio Borges – Opera Mundi, com foto Divulgação
Após as críticas, a revista trocou a capa que gerou a polêmica
A revista filipina FHM Philippines foi acusada de racismo após estampar na capa da edição de março uma modelo oriental que “emerge” entre mulheres negras sob o título “saindo das sombras”. Após uma série de críticas de leitores em redes sociais, a publicação alterou a imagem e deixou apenas a modelo Bela Padilla sob um fundo escuro com a declaração “Eu quero emergir com o meu próprio nome”.
A capa original gerou diversas reclamações na página oficial da revista, a mais popular do país entre o público masculino, no Facebook. “Sério, vocês não perceberam o quão racista esse conceito era?”, questionou um usuário da rede social.
As críticas fizeram com que a empresa responsável pela revista pedisse desculpas publicamente. “Mesmo em nossa busca para atingir capas ousadas, vamos nos esforçar para sermos mais sensíveis”, declarou em comunicado a editora, que publica outras 20 revistas no país.
Logo após a polêmica, a revista passou a tratar o assunto como um incidente que já havia sido contornado. Ainda em sua página, a FHM Philippines enalteceu a participação da modelo Bela Padilla em um jornal da emissora britânica BBC.
Questionada a respeito da capa, Padilla afirmou que ficou tão surpresa quando os leitores quando viu a publicação pela primeira vez. A modelo, no entanto, salientou que a intenção da imagem era ressaltar entre o público filipino “a minha transformação, de uma menina para uma mulher mais velha”.
A modelo disse ainda que algumas das modelos negras que aparecem na capa ao seu lado são na verdade mulheres filipinas pintadas. “É necessário ler a matéria para entender a foto. Na verdade, são filipinas pintadas e que não representam as mulheres negras”.
Questionada pela jornalista britânica Mishal Husain se o fato das mulheres terem sido pintadas não seria ainda mais ofensivo, a modelo afirmou que “quando eu vejo alguém negro, eu não penso imediatamente em uma raça, por isso não vejo como ofensivo”. Apesar disso, as críticas contra a revista no país continuam.
“É triste que a imagem seja sobre Bela emergindo de suas ‘inibições’. Mas pense bem, porque as inibições de uma garota branca aparecem entre um grupo de garotas negras? Porque destacar um dos corpos em detrimentos dos outros”, criticou Katrina Stuart Santiago em um artigo para o site filipino GMA News Online.
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