MSE - Lusa
Díli, 04 mar (Lusa) - O candidato às presidenciais em Timor-Leste Fernando La Sama de Araújo considera que necessária uma definição sobre a gestão dos recursos do país, porque "o povo ainda é muito pobre mas a nação é rica".
"Gerir bem é muito importante. O povo ainda é muito pobre mas a nação é rica. Agora como é que os líderes vão gerir esta riqueza da nação, do Estado, para o bem-estar do povo para mim é que é muito importante", disse em entrevista à Lusa o candidato às presidenciais de 17 de março, atual presidente do parlamento timorense e líder do partido Democrático.
Fernando La Sama de Araújo disse que se for eleito quer garantir que as instituições do Estado cumprem a Constituição do país e defende que deve haver confiança entre os que chefiam os órgãos de soberania. "A parte que eu vou dar muita atenção é à do Presidente que garante o regular funcionamento das instituições democráticas", afirmou.
Fernando La Sama de Araújo disse que estará especialmente atento ao cumprimento do artigo 6.º da Constituição, que determina que o Governo tem de garantir o bem-estar do povo.
"No artigo 6.º da Constituição, está escrito que o governo tem de garantir o bem-estar do povo e ser for eleito eu não vou inventar mais nada, não me vou meter no trabalho do executivo e dos tribunais", garantiu, salientando que vai apenas monitorizar e orientar para que todas as instituições do Estado cumpram e materializem o previsto.
A corrupção e a justiça são outras áreas que vão ter especial atenção de Fernando La Sama de Araújo se for eleito.
"Ouve-se falar muito de corrupção. Não são os políticos que vão levar os corruptos a tribunal, mas a justiça", disse, salientando que as instituições judiciais ainda têm fraquezas.
"A polícia ainda não tem capacidade suficiente na investigação criminal, a Comissão Anticorrupção também está a formar-se e o Ministério Público ainda é muito fraco", afirmou.
Para o candidato, é preciso "estimular e motivar estas instituições para funcionarem bem e melhorarem as suas capacidades para melhor servirem o país".
Sobre o ciclo eleitoral que se aproxima (presidenciais mais legislativas em junho), Fernando La Sama de Araújo disse que a população está consciente de que se houver instabilidade no país são os cidadãos que mais sofrem. "Não é a polícia que vai sofrer, os políticos que vão sofrer, mas eles", afirmou.
Por isso, defendeu, todos os políticos e partidos devem tem um "senso de estadistas".
"Espero que os candidatos não aproveitem o trauma que ainda existe no povo para fazer a sua política", afirmou.
O candidato, que é presidente do Partido Democrático, cuja base de apoio conta com muitos jovens, dá também especial atenção a esta faixa etária, sublinhando que é preciso mudar as mentalidades.
"Temos de treinar esta juventude e também transformar a mentalidade que ainda subsiste", disse, referindo-se à dependência do exterior, relacionada com a história recente do país.
Para Fernando La Sama de Araújo é "preciso mentalizar estes jovens de que eles são responsáveis pela nação", mas os líderes têm de dar um bom exemplo.
O candidato afirmou que a política externa já está definida e que o futuro passa por manter uma boa relação com a comunidade internacional e fazer esforços para que as relações bilaterais amadureçam.
Fernando La Sama de Araújo, à semelhança dos seus opositores nas presidenciais, defende o fim da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT), mas pretende um aumento das agências de apoio ao desenvolvimento.
"Espero que até ao fim de 2012 organizemos uma boa festa para nos despedirmos da UNMIT, não da ONU", brincou o candidato.
Nas últimas eleições presidenciais do país, Fernando La Sama de Araújo ficou em terceiro lugar e a uma distância curta de José Ramos-Horta, que ganhou a segunda volta a Francisco Lu Olo Guterres, da Fretilin.
Para as próximas presidenciais, o candidato espera passar à segunda volta ou ganhar logo na primeira.
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