António Veríssimo
Nem sempre as ocupações do quotidiano têm permitido que contribua com a minha colaboração neste blogue ou noutros. A vida desenfreada online e na blogosfera está em pausa na parte que me toca. É doloroso mas é como tem de ser pelo facto de o dia só ter 24 horas e pelo menos 6 horas se destinarem a dormir, a carregar baterias para mais um dia, mais uma viagem neste país de treta, com uns políticos de treta e um povo a pastar em ervas sequérrimas devido à seca climática que assola Portugal. Ainda o descarado do Passos Coelho, o maior aldrabão que vi na política portuguesa, não se lembrou de esclarecer que se o povo tem fome é por causa da seca e não por causa da austeridade imposta com recheios de injustiças descomunais.
Prosseguindo, porque não posso nem devo ser longo, hoje é dia de fazer o gosto ao dedo e nem pestanejei quando me decidi a martelar neste velho teclado de minha preferência porque os modernos são uns pãozinhos sem sal que nem barulho fazem... E vou direitinho a Timor-Leste sem mais pôr na escrita.
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS
São 13 candidatos, alguns sedentos de fazerem currículo e a aproveitarem a oportunidade. Nem deixo aqui opinião sobre isso, a não ser que o ato (eleições) é por si só desmesuradamente importante para ter folclore nas ilhargas. Evidentemente que cada um por si faz o que a lei permite e se consideram por bem candidatar-se pois que façam o que fizeram: candidataram-se. Os 10 mil dólares de subsidio pago pelos timorenses, até pela fome de uns quantos timorenses, já lá cantam na conta bancária? Pois agora apresentem as contas certinhas porque de golpadas estão os timorenses fartos.
De tantos candidatos há afinal quatro que fazem sentido terem avançado e exposto aos timorenses eleitores as suas candidaturas. São eles, como devem adivinhar, Lu Olo, Taur Matan Ruak, Ramos Horta e Lasama Araújo. Pode ser que me engane mas tenho a mania de que percebo um pouco destas coisas e também que deixei parte do meu cordão umbilical lá em Timor-Leste. Talvez tenha sido num acidente em que fui por uma ribanceira abaixo a fazer companhia ao Unimog...
Destes candidatos, ao contrário do que aqui está em pobrezita sondagem na barra lateral deste blogue, tenho hoje a percepção de que quem vai vencer logo na primeira volta será Taur Matan Ruak. Se assim não for vencerá na segunda volta em disputa com Lu Olo. Assunto arrumado. Esta é a minha opinião depois de hoje já ter dispensado cerca de duas horas atento ao que se passa e se tem passado em Timor-Leste e também a dar alguns dedos de conversa a quem está mais bem inteirado sobre o que se passa no país.
Sobre a campanha eleitoral e como tem decorrido... Tem havido "falhas", falta de decoro, de vergonha, de memória. Foi referenciado que há apoiantes de Taur Matan Ruak integrados na sua caravana com bandeiras da Fretilin. É sabido que a Fretilin tem candidato próprio, Lu Olo, e que não apoia o candidato Taur. Quem apoia Taur é o CNRT de Xanana Gusmão. A todos os títulos é condenável que Taur Matan Ruak se exponha a tamanha ação de ludibrio para cativar votos dos que correm o risco de votar Taur por julgarem que ele é candidato da Fretilin. O método é da "família" do mais que trapaceiro Xanana Gusmão, principalmente de uns quantos certos e incertos que o rodeiam. Será Taur que deverá por os pontos nos iis quanto aos comportamentos errados dos apoiantes que com ele se deslocam na caravana que percorre o país. Vai ter que ser bem claro a resolver este e outros "golpes sujos" que venham da parte dos do CNRT. Agora que se envolveu com eles e com o recheio abandidado daquele partido, que o apoia e de quem é candidato, só lhe resta exigir-lhes transparência e honestidade em relação à sua candidatura - o que lhes deve ser difícil por serem adeptos das falcatruas, como se tem visto ao longo destes últimos anos.
Não está a Fretilin isenta de maus comportamentos nestes poucos dias de campanha eleitoral. Podemos ver em vídeo que numa passagem da caravana de Taur por um magote de apoiantes da Fretilin e de Lu Olo, numa rua de Dili, "a coisa" só não aqueceu porque entretanto a polícia tomou conta da situação. Ora, como mandam as regras da sã convivência democrática, quem vai vai e quem está está. Quero dizer: uns apupos umas palavras de ordem à disputa entre uns e outros partidários tudo bem, até é colorido e sonoro, saudável. Procurar confronto físico, dificultar a passagem, introduzirem-se na caravana - como me pareceu ver... Lamentável e muito reprovável. Não importa o que os outros possam ter feito ou dito. Importa que ainda não vi nenhuma besta humana dar um coice num kuda (cavalo) porque levou um coice do dito. Sabedoria e memória das desgraças que estas "coisas", estas atitudes de picardia, já provocaram no passado devem estar sempre presentes para que não se repitam os erros, para que não regresse a destruição, as perseguições, os feridos e os mortos.
AGÊNCIA LUSA E SAPO TL
Quem diria. Esta prosa já vai longa que se farta... O costume. Desculpem. Até porque, se bem repararam na imagem o meu propósito era (e é) abordar o trabalho da Lusa e do Sapo TL. É que se estamos por cá atentos às trampas que fazem e os zurzimos com alguma razão também devemos estar atentos ao que fazem de positivo. Afinal, no caso da Lusa, tem profissionais de nomeada que restrições (CENSURA) impostas não os deixam trabalhar como sabem e querem. Depois, por vezes, por isso ou azelhice, sai borrada.
Mas não, nada disso está a acontecer neste período eleitoral relativamente a Timor-Leste. Podemos dizer, até agora, tudo de bom.Têm procurado ser isentos, sem vícios de obediências às conveniencias dos poderes timorenses que acabam por regular muita coisa, até em Portugal através de lobies, amizades, etc. A senhora Kirsty - lá vem ela à baila - é muito boa nisso. Expedita. Por isso lhe fica bem a fama de agente secreta que carrega há tantos anos... Fama. Pena não verem o meu sorriso, nem eu os vossos.
Pronto. Terminando. Muito obrigado Sapo TL (mais um pouco de cuidado com o português), muito obrigado profissionais da Lusa que nos têm trazido a Portugal as eleições em Timor-Leste, os seus candidatos. Se fizerem aleatoriamente um pouco de reportagem a interpelarem timorenses fora das caravanas, com o tema eleições presidenciais, o vosso trabalho ficará mais "asseado" e por cá, pelo mundo lusófono e outros, a nossa percepção do que está a acontecer em Timor-Leste neste aspeto será muito mais clarividente. A voz ao povinho, senhores.
Obrigado, se conseguirem ler isto tudo... Credo! Já agora, se discordarem de mim podem fazer o favor de me descompor... Porque é muito bom eu sentir-me vivo sobre o meu Timor-Leste.
Oh de Timor-Leste! Nada de violências! Boa campanha eleitoral. Menos roubos ao povinho. Paz, sorriam sempre. Saúde!
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