quarta-feira, 14 de março de 2012

PÁTRIA HOMICIDA





A ser verdadeira esta notícia, não há dúvida de que vivemos num país acima das nossas possibilidades, porque não há possibilidade de sobreviver num país em que os mais frágeis morrem em nome do pagamento de dívidas criadas por gente sem escrúpulos e pagas por outros com os mesmos escrúpulos.

A História que o marcelismo me vendeu na Escola Primária falava-me de heróis que tinham morrido em nome da Pátria ou de Deus, mas, na altura, eu era um alvo fácil da propaganda.

Hoje, vejo poucos heróis e fico-me por carrascos e vítimas. A mulher de 79 anos que morreu em Chaves é vítima de um homicídio e o culpado é um país incapaz de se equilibrar entre interior e litoral, entre ricos e pobres, entre deve e haver.

Matámos uma mulher de 79 anos. É o que fazemos aos idosos lá do interior. (fim)

A Notícia:

Idosa morre à espera que dois hospitais decidam quem a deve tratar

Margarida Luzio – Jornal de Notícias

O Centro Hospitalar de Trás-Montes e Alto Douro abriu um processo de averiguações para apurar a existência ou não de negligência hospitalar no caso da morte de uma idosa de 79 anos, que na passada sexta-feira morreu no hospital de Chaves, após um enfarte agudo de miocárdio.

A mulher terá morrido no hospital flaviense à espera do helicópetero do INEM e após algum tempo de discussão entre os hospitais de Chaves e Vila Real sobre que unidade deveria tratar a doente.

O hospital de Chaves está sem serviço de Cardiologia à noite e ao fim-de-semana desde dezembro do ano passado, altura em que a administração do Centro Hospitalar decidiu acabar com o sistema de serviço à chamada que era assegurado por dois cardiologistas. Desde então, casos urgentes da especialidade são encaminhados para Vila Real, onde existe a chamada Via Verde Coronária.

Em declarações ao JN, o assessor da Administração Regional de Saúde do Norte, Antonino Leite, garantiu que o inquérito já está a decorrer e que só depois das conclusões, a entidade que coordenada a saúde na região poderá pronunicar-se sobre o caso.

A perda de serviços de especialidade por parte da unidade de Chaves já levou o presidente da Câmara de Chaves a solicitar várias audiências com a ARSN.


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