Desde criança que sonhava fazer parte do mundo da 7ª arte. Actriz, produtora, realizadora, figurante, tudo serve para entreter a comunidade. Bety Reis tem os pés bem assentes na terra, e por agora dedica-se de corpo e alma à Dili Film Works.
Ouvem-se as pancadas de Moliére... e o espectaculo vai começar. Estamos em 2002 e Timor-Leste finalmente é independente. A fase adulta chegou e a senhora que dantes era uma menina, continua a dar seguimento a um sonho de criança. “Na época da Indonésia, assistia a várias performances mas nunca cheguei a participar,”começa por contar. Bety Reis ainda fez parte de um grupo de dança, mas “só após a independência é que comecei realmente a envolver-me em grupos de teatro,” continua.
Autodidata, esta jovem timorense de 29 anos e mãe de uma rapariga, teve como maior motivação a falta de acesso da população rural ao entretenimento. “O facto de mostrar à população das aldeias algo que não têm acesso, deixa-me ainda mais motivada em continuar no mundo da representação. E no final reconhecem o meu valor,” diz orgulhosa.
O tempo foi passando e a experiência acumulada levou-a a dar cursos de formação a crianças, jovens e graúdos. Pelo meio participou em curtas metragens e em peças de teatro. Até ao dia em que fez parte das filmagens do filme “Balibó” e os contactos com mundo cinematográfico começaram a surgir. “Na altura das filmagens do “Balibó” conheci alguns elementos, que mais tarde iriam, juntamente comigo, formar a ONG Díli Film Works".
Entretanto surge em 2010 a primeira novela timorense, “Wehali” e como não poderia deixar de ser, Bety também fez parte do elenco. A novela conta a história de dois irmãos que decidem deixar a vida no campo e tentar a sorte em Dili.
No entanto, têm que enfrentar problemas urbanos típicos de alguém que sai do campo e se instala na cidade. Conflitos, desemprego juvenil, emigração rural, mudanças demográficas, disputas territoriais e desigualdades entre homens e mulheres são alguns dos temas abordados.
De acordo com Bety, esta telenovela “descreve bem a realidade timorense. Apesar de algumas falhas, os actores desempenharem bem os seus papéis e só com o tempo é que poderemos almejar algo mais grandioso,” diz confiante.
A Guerra da Beatriz
A Dili Film Works é uma ONG timorense formada em 2010, por José da Costa, Bety Reis e Gaspar Sarmento. A sua missão é contribuir para o desenvolvimento da indústria cinematográfica em Timor-Leste.
"A Guerra da Beatriz" é o primeiro filme timorense, que resulta da parceria da FairTrade Film (organização proveniente de Melbourne, Austrália) com a Dili Film Works. O filme é uma história de amor inspirada num caso verídico francês do século XVI, sobre Bertrande de Rols e o seu marido Martin Guerre.
Para fazer a adaptação à realidade timorense, a história enquadra-se no tempo da invasão indonésia à colónia portuguesa. E o filme tem a participação de Betty Reis. “Faço o papel de mãe da Beatriz e penso que este filme dará uma projeção incrivel ao país”
Contudo, há outro aspecto que convém frisar. “Ainda estamos numa fase inicial, mas tenho a esperança que este filme sirva de impulso a imensos jovens timorenses cheios de talento para a sétima arte.” Muitos podem ter esse sonho, mas nunca avançaram e Bety conclui "Na minha opinião, a vergonha é um obstáculo para nos exprimirmos.”
Bety acredita que o espectáculo não acaba aqui, fiquemos então à espera das cenas dos próximos capítulos.
Autodidata, esta jovem timorense de 29 anos e mãe de uma rapariga, teve como maior motivação a falta de acesso da população rural ao entretenimento. “O facto de mostrar à população das aldeias algo que não têm acesso, deixa-me ainda mais motivada em continuar no mundo da representação. E no final reconhecem o meu valor,” diz orgulhosa.
O tempo foi passando e a experiência acumulada levou-a a dar cursos de formação a crianças, jovens e graúdos. Pelo meio participou em curtas metragens e em peças de teatro. Até ao dia em que fez parte das filmagens do filme “Balibó” e os contactos com mundo cinematográfico começaram a surgir. “Na altura das filmagens do “Balibó” conheci alguns elementos, que mais tarde iriam, juntamente comigo, formar a ONG Díli Film Works".
Entretanto surge em 2010 a primeira novela timorense, “Wehali” e como não poderia deixar de ser, Bety também fez parte do elenco. A novela conta a história de dois irmãos que decidem deixar a vida no campo e tentar a sorte em Dili.
No entanto, têm que enfrentar problemas urbanos típicos de alguém que sai do campo e se instala na cidade. Conflitos, desemprego juvenil, emigração rural, mudanças demográficas, disputas territoriais e desigualdades entre homens e mulheres são alguns dos temas abordados.
De acordo com Bety, esta telenovela “descreve bem a realidade timorense. Apesar de algumas falhas, os actores desempenharem bem os seus papéis e só com o tempo é que poderemos almejar algo mais grandioso,” diz confiante.
A Guerra da Beatriz
A Dili Film Works é uma ONG timorense formada em 2010, por José da Costa, Bety Reis e Gaspar Sarmento. A sua missão é contribuir para o desenvolvimento da indústria cinematográfica em Timor-Leste.
"A Guerra da Beatriz" é o primeiro filme timorense, que resulta da parceria da FairTrade Film (organização proveniente de Melbourne, Austrália) com a Dili Film Works. O filme é uma história de amor inspirada num caso verídico francês do século XVI, sobre Bertrande de Rols e o seu marido Martin Guerre.
Para fazer a adaptação à realidade timorense, a história enquadra-se no tempo da invasão indonésia à colónia portuguesa. E o filme tem a participação de Betty Reis. “Faço o papel de mãe da Beatriz e penso que este filme dará uma projeção incrivel ao país”
Contudo, há outro aspecto que convém frisar. “Ainda estamos numa fase inicial, mas tenho a esperança que este filme sirva de impulso a imensos jovens timorenses cheios de talento para a sétima arte.” Muitos podem ter esse sonho, mas nunca avançaram e Bety conclui "Na minha opinião, a vergonha é um obstáculo para nos exprimirmos.”
Bety acredita que o espectáculo não acaba aqui, fiquemos então à espera das cenas dos próximos capítulos.
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