EL - Lusa
Luanda, 20 abr (Lusa) - Angola poderá manter o contingente militar que mantém estacionado na Guiné-Bissau, caso se verifiquem "mudanças na atitude das autoridades" guineenses e estiverem reunidas "condições políticas e a legalidade democrática for reposta", noticiou hoje, em Luanda, a agência Angop.
Citando um comunicado do Governo angolano, a Angop salienta que se mantém, contudo, a decisão anunciada há cerca de duas semanas relativamente à retirada da Guiné-Bissau da missão angolana de apoio à reforma do setor militar e de segurança guineense (Missang).
A decisão de pôr fim à Missang foi reiterada na audiência que o Presidente José Eduardo dos Santos deu hoje em Luanda a uma delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), liderada pelo ministro das Relações Exteriores da Costa do Marfim, Daniel Kablan Dancan.
Daniel Kablan Dancan deslocou-se a Luanda em nome do chefe de Estado da Costa do Marfim e presidente em exercício da CEDEAO, Alassane Ouattara.
Angola mantém desde 21 de março em Bissau cerca de 200 efetivos das suas forças armadas e polícia nacional, integrados na Missang.
No comunicado, o Governo afirma que na reunião com a delegação da CEDEAO ficou expressa a decisão da retirada unilateral e completa daquela missão da Guiné-Bissau, em consequência da suspensão da Missang
"Segundo o Executivo, esta posição resulta do facto de ter havido alteração da situação político e jurídico-constitucional" na Guiné-Bissau, podendo eventualmente ser revista em caso de se verificarem mudanças na atitude das autoridades e de estarem reunidas as condições políticas e a legalidade democrática reposta", destaca a Angop.
Angola associa-se às iniciativas da comunidade internacional, nomeadamente o Conselho de Segurança da ONU, União Africana, CEDEAO e CPLP, "para o restabelecimento da ordem constitucional, a reposição dos órgãos legítimos do poder de Estado e a conclusão das eleições na Guiné Bissau", sublinha o comunicado.
Sem adiantar datas para o início da retirada dos cerca de 200 efetivos militares que mantém estacionados em solo guineense, o comunicado do Governo angolano refere que, desde o anúncio do fim da Missang, há cerca de duas semanas, está preparado para a retirada daquele contingente.
A retirada deverá ser realizada em "estreita coordenação e sob verificação da CEDEAO, que deverá assegurar junto das Forças Armadas da Guiné Bissau as necessárias condições de segurança e tranquilidade para o efeito", conclui o comunicado.
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