EL - Lusa
Luanda, 20 abr (Lusa) - A União Europeia não vai reconhecer o regime saído do golpe de Estado perpetrado a 12 de abril passado na Guiné-Bissau, garantiu hoje em Luanda o presidente da Comissão Europeia.
José Manuel Durão Barroso, que intervinha na conferência de imprensa que encerrou a sua visita oficial de dois dias a Angola, acrescentou que Bruxelas "só reconhece as autoridades legítimas da Guiné-Bissau" e exigiu a "libertação imediata" do presidente interino, Raimundo Pereira, e do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.
"Nós não reconhecemos as autoridades autoinstituídas, autodenominadas. Quanto ao que vamos fazer a seguir, estamos neste momento em consultas, mas a base de partida é esta: não reconhecimento das autodeclaradas entidades representativas da Guiné-Bissau, porque na verdade não o são", frisou.
Segundo Durão Barroso, o processo democrático guineense foi interrompido por um golpe militar, recordando que, no âmbito dos Acordos de Cotonou, que regula as relações da União Europeia com os Estados do grupo África, Caraíbas e Pacífico(países ACP), Bruxelas "coloca como condição para a sua cooperação o respeito de algumas regras mínimas do funcionamento dos Estados".
"Infelizmente na Guiné-Bissau não se está a verificar esse respeito. É um assunto sobre o qual vamos continuar o diálogo, não apenas com as Nações Unidas, mas também com outras entidades como a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa CPLP)", acentuou.
"Neste momento prosseguem consultas quanto ao melhor modo de procurar restabelecer a ordem constitucional na Guiné-Bissau", concluiu.
Sem comentários:
Enviar um comentário