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Evento acontece pela primeira vez na América Latina e promete reafirmar capital catarinense como destino turístico para gays e lésbicas. Homossexuais gastam em média 30% a mais do que outros turistas.
Entre os dias 12 e 14 de abril, Florianópolis sediará a 29ª Convenção anual da Associação Internacional de Turismo Gay (IGLTA, sigla em inglês), maior encontro mundial de representantes da indústria do turismo voltado ao público homossexual.
Será a primeira vez que a América Latina sedia o evento, e a escolha do Brasil foi comemorada pelas autoridades e empresários, que apostam no turismo gay como chance de ampliar o faturamento no setor.
Segundo Clóvis Casemiro, embaixador da IGLTA no Brasil, Florianópolis foi escolhida após uma campanha de quatro anos por parte das entidades. "São Paulo e Rio de Janeiro já são destinos consagrados para o turismo LGBT, e é importante termos mais portas de entradas no país e mais destinos agregados aos já conhecidos", explica Casemiro, ressaltando que Recife, Manaus, Belo Horizonte e Curitiba também trabalham atualmente com este público.
"Escolhemos 'Floripa' porque os próprios brasileiros elegeram a cidade como forte destino de gays e lésbicas", conta. Para o embaixador da IGLTA, a convenção trará grande visibilidade ao Brasil, que durante os dias do evento receberá importantes profissionais do setor de todo o mundo, que estão interessados em descobrir o Brasil como país gay friendly.
Setor em expansão
O Brasil está hoje entre os dez maiores destinos de homossexuais no mundo, em especial as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. No ano passado, a capital paulista atraiu mais de 3 milhões de pessoas, durante a Parada do Orgulho Gay, o evento que atrai o maior número de visitantes à cidade.
São Paulo aparece ainda em 4º lugar num ranking dos melhores destinos gays do mundo, elaborado pelo portal GayCities.com, em parceria com a companhia aérea American Airlines. No topo da lista aparece Tel-Aviv, seguida por Nova York e Toronto. Há poucos dias, empresários anunciaram a construção, em São Paulo, do primeiro hotel exclusivamente voltado a hóspedes homens gays.
De acordo com o Ministério do Turismo, o segmento LGBT cresce 20% ao ano no Brasil, e representou entre 10% e 12% dos 5,3 milhões de estrangeiros que desembarcam no país durante o ano passado. Segundo pesquisa da Embratur, a "simpatia" dos brasileiros é um dos principais atrativos para o turista gay.
“A convenção é para nós um evento muito importante", afirma o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Valdir Simão. "O Brasil tem grande interesse em fortalecer e qualificar os destinos para atrair esses viajantes”, garante.
Calcula-se que este público de gays e lésbicas gaste aproximadamente 100 dólares por dia, em média 30% a mais do que turistas de outros segmentos. Levantamentos especializados traçam um perfil dos turistas gays bem animador para empresários do setor: além de se caracterizarem como double income no kids (duas rendas e sem filhos), estes visitantes geralmente gastam mais com entretenimento, em suas viagens, e gostam de artigos de luxo.
Viagens em baixa temporada
Ainda segundo o Ministério do Turismo, investir no turismo LGBT é considerado estratégico ainda por outro motivo: este público prefere viajar em períodos de baixa temporada, o que ajuda a manter o equilíbrio financeiro do setor ao longo do ano.
Casemiro ressalta que qualidade no atendimento é essencial para assegurar que o turista volte. O turista LGBT é muito bem informado. Antes de viajar ele consulta os amigos e procura saber em redes sociais o que cada cidade e destino apresentam de bom. E sempre irá buscar lugares onde o gay seja bem-vindo, explica.
O turismo LGBT vem crescendo em todo o mundo. Nos Estados Unidos, segundo estimativas, o mercado movimenta 54 bilhões de dólares anualmente.
Autora: Mariana Santos - Revisão: Augusto Valente
1 comentário:
Nossa, estou ROSA CHICLETE !!! Que assunto importante !!!
Queria ver se Angolanos ou Timorenses - citarei só eles - gostariam de ver Luanda e Dili transformadas EM FOCOS DE TURISMO LGBT. E vejam só: uma matéria tão "capitalista" - pois é - em um blog tão crítico ao capitalismo.
Desde que o "INOCENTE" turismo LGBT não cresça no CABO VERDE, ANGOLA, MOÇAMBIQUE, PORTUGAL E EM OUTRAS TERRAS, TUDO BEM, NÃO É MESMO?
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