quinta-feira, 19 de abril de 2012

Cabo Verde: Governo quer remessas de emigrantes direcionadas para novos investimentos



JSD - Lusa

Cidade da Praia, 19 abr (Lusa) - O Governo de Cabo Verde quer redirecionar as remessas dos emigrantes, que em 2010 representavam 9,4 por cento do PIB, para os sectores produtivos e de investimento, com vista a terem maior impacto no desenvolvimento do país.

A intenção, noticiada hoje pela Inforpress, foi expressada pela ministra das Comunidades cabo-verdiana, Fernanda Fernandes, na abertura do seminário "Medidas para Reforçar os Laços entre as Transferências de Fundos e o Desenvolvimento", iniciado na quarta-feira na Cidade da Praia.

O seminário é promovido no quadro do projeto de "Apoio às Administrações Públicas Africanas Responsáveis pelas Iniciativas sobre Migração e Desenvolvimento", financiado pela União Europeia (UE) e pela Agência de Cooperação Espanhola.

Fernanda Fernandes admitiu ser "indiscutível" o peso das remessas dos emigrantes no Produto Interno Bruto (PIB), mas salientou que há um "certo imediatismo" na utilização dos fundos, ofuscando a contribuição para o desenvolvimento do país.

"Queremos redimensionar, se possível, essas remessas para investimentos e para as atividades produtivas, porque acreditamos que desta forma terão muito mais impacto na economia do que meramente o consumo", sublinhou a ministra.

Segundo dados oficiais do Banco de Cabo Verde (BCV), as transferências de fundos para Cabo Verde subiram de 109 milhões de dólares (83 milhões de euros), em 2003, para 144 milhões de dólares (109,3 milhões de euros), em 2010.

Estudos sobre a utilização das transferências de fundos demonstram que, em primeiro lugar, as remessas destinam-se a satisfazer as necessidades quotidianas das famílias, seguida pelas despesas de saúde e educação e, por último, os investimentos imobiliários, atividades individuais e produtivas.

Para Fernanda Fernandes, o seminário, que conta com a participação de outros países também com experiências de emigração, como o Senegal, Marrocos e Costa do Marfim, vai ajudar Cabo Verde a conhecer as experiências realizadas no reforço do impacto das remessas no desenvolvimento do país, favorecendo a utilização nos sectores produtivos.

As remessas dos emigrantes cabo-verdianos representavam, em 2010, 9,4 por cento do PIB, sensivelmente o mesmo valor que o peso da exportação de pescado e cerca de metade das receitas do turismo.

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