terça-feira, 3 de abril de 2012

Cabo Verde: TRABALHADORES DIZEM SIM À GREVE GERAL





CCSL foi mandatada para avançar

Funcionários, educadores de infância, professores, guardas prisionais e outros trabalhadores estão a pronunciar-se no sentido da radicalização da luta contra o Governo, nomeadamente, tendo por fito a reposição do poder de compra e o cumprimento das promessas não cumpridas por José Maria Neves

Praia, 2 de Abril 2012 – Os incitamentos para que a Central Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL) avance com a greve geral são em crescendo. Segundo responsáveis sindicais, a série de reuniões que a CCSL está a promover com os seus associados – e apesar das “pressões” a que estes estão a ser sujeitos, particularmente na Administração Pública – apontam um caminho claro: “Vamos à luta”, parece ser a vontade maioritariamente expressa pelos trabalhadores cabo-verdianos.

No passado sábado, 31, uma reunião de dirigentes e delegados sindicais dos guardas prisionais, efectuada na cidade da Praia, foi elucidativa: um unânime “sim” mandatou a direcção do sindicato e a confederação para avançarem com esta forma de luta. E o anúncio do novo Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS), proposto pelo Governo, terá sido o detonador da decisão: o caminho para a greve geral parece não ter já retorno perante a inflexibilidade de José Maria Neves e do seu Executivo em cederem às pretensões dos trabalhadores.

Dias antes, em 28 de Março, trabalhadores do concelho de Santa Catarina de Santiago associados do Sindicato Nacional Democrático dos Trabalhadores da Administração Pública (SINDETAP), da Federação Cabo-verdiana dos Professores (FECAP) e do SIACASA, pronunciaram-se também pelo “sim” à greve geral.

Reunidos no Cine Clube de Assomada, funcionários, monitoras dos jardins-de-infância e trabalhadores do município santa-catarinense pronunciaram-se a favor de um aumento salarial em 2012, para fazer face à perda de poder de compra, mas também manifestaram indignação pela promessa não cumprida de José Maria Neves no que respeita ao 13º mês e ao salário mínimo, razões que consideraram de sobra para avançar com a luta. E, nesse sentido, decidiram, por unanimidade e aclamação, dar “carta-branca” à CCSL para avançar com a greve geral e uma manifestação, caso o Governo não satisfaça as suas reivindicações.

São apenas dois exemplos, mas Liberal sabe que em todas as reuniões já efectuadas pela central sindical há um dado novo, nunca antes verificado em Cabo Verde: os trabalhadores querem avançar para a luta, fartos de promessas e da degradação galopante das suas condições de vida, reflexo do aumento dos bens essenciais que, particularmente nos últimos dois anos, têm vido a fustigar aqueles que vivem do aluguer da sua força de trabalho.

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