Comentador político aconselha ainda o primeiro-ministro a falar menos e a evitar contradições e alerta que vêm aí "mudanças de fundo" na Segurança Social.
Marcelo Rebelo de Sousa considera insuficientes as justificações apresentadas, até agora, pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, para encerrar a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa.
“As razões que ele [Paulo Macedo] deu não colam. Está enganado quanto aos números de partos e as outras justificações não colam. Eu acho que ele vai ser capaz de explicar”, afirmou o Professor no seu habitual espaço de comentário dos domingos, na TVI.
O ministro da Saúde, sublinha Rebelo de Sousa, tem de justificar “porque não é possível pegar, não é no edifício, mas naquela marca, naquela obra, naquela equipa e transferi-la para um desses hospitais onde há as tais especialidades todas”.
Primeiro-ministro "não se pode contradizer"
O antigo líder do PSD deixou ainda um conselho ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, para que fale menos e evite contradições na mensagem que passa ao portugueses.
“O primeiro-ministro tem de ter algum cuidado, porque ele é a válvula de segurança do Governo. Segundo as sondagens, as pessoas acreditam é nele e no ministro das Finanças e, portanto, ele tem de ter algumas precauções. A primeira precaução é que não se pode contradizer, ele não pode dizer que no estrangeiro não fala de política portuguesa e depois, em Moçambique, falou todos os dias de política portuguesa.”
“Segundo lugar, não se expor muito. Pode falar uma vez, agora, falar não sei quantas vezes e dar uma entrevista a partir de Moçambique, dá uma sensação de gravidade, de urgência, de premência. Ele está em visita de Estado para tratar de outras questões e depois tem que estar a intervir, não há um porta-voz do Governo, não há ninguém mais que possa falar por ele”, questiona.
"Mudança de fundo na Segurança Social"
A reforma do sistema de pensões da Segurança Social foi um dos temas a marcar o fim-de-semana, com o ministro Pedro Mota Soares a negar que o Governo tenha pedido um estudo sobre o aumento da idade de reforma para os 67 anos.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, o ministro da Segurança Social “tem falado pouco” e deve explicações aos portugueses, sobretudo depois do episódio da suspensão das reformas antecipadas.
“O ministro tem falado pouco, o que tem dito é mais ou menos correcto, mas é pouco. Ele diz com o ar mais natural do mundo, como se fosse um pequeno retoque, mas não é um pequeno retoque e o que está a ser estudado é uma mudança de fundo na Segurança Social, e os portugueses têm de perceber porquê”, argumenta o comentador político.
Em relação ao golpe militar na Guiné-Bissau, Marcelo Rebelo de Sousa considera que a comunidade internacional tem de “tomar medidas” para colocar um ponto final na instabilidade no país.
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